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Não deve ser inviabilizada obra “desta natureza” por motivos partidários

Não deve ser inviabilizada obra “desta natureza” por motivos partidários

A presidente do Grupo Parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, defendeu hoje que “o Governo português deve fazer, neste momento, tudo o que estiver ao seu alcance para que a obra” do aeroporto do Montijo “possa ir para a frente, para não perdermos mais 50 anos a atrasar o país numa obra que é absolutamente decisiva”.

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Não deve ser inviabilizada obra “desta natureza” por motivos partidários

Durante o programa da rádio TSF ‘Almoços Grátis’, Ana Catarina Mendes, que substituiu Carlos César no programa desta semana, lamentou a posição do presidente da câmara da Moita, Rui Garcia (CDU), contra a construção do novo aeroporto e lembrou que os autarcas do PCP no distrito de Setúbal “têm sempre apresentado reservas” em variados projetos, como por exemplo a ponte Vasco da Gama ou até a localização da Autoeuropa.

A dirigente socialista deixou depois a garantia de que este projeto “implica olhar para o país como um todo e não para um município”.

“Os autarcas do PSD nas assembleias municipais e nas câmaras municipais onde estão representados votaram todos favoravelmente a localização [do novo aeroporto] quando tiveram que se pronunciar sobre a declaração de impacto ambiental, assim como os do PS. O que a mim não faz sentido é que o presidente da Associação de Municípios da região de Setúbal, que por acaso é um município que está afetado ao presidente da câmara da Moita, possa inviabilizar uma obra estruturante”, asseverou.

A líder parlamentar do PS sublinhou que “há 50 anos que se fazem estudos, foram já escolhidas 17 localizações hipotéticas para a construção deste novo aeroporto”. E assegurou que “a grande discussão que está hoje em cima da mesa é de continuar a apostar numa grande infraestrutura que é estruturante para o desenvolvimento do país, para o desenvolvimento da região da península de Setúbal”.

Uma estrutura desta natureza implica “mais emprego qualificado, implica mais desenvolvimento qualificado de uma região que é absolutamente necessário, e implica a ligação de toda a área metropolitana com mais infraestruturas, desde logo a ligação à A12, ou mesmo uma nova travessia, ou mesmo o shuttle que será feito no Tejo para que haja facilidade de mobilidade de toda a gente”, apontou.

Ana Catarina Mendes frisou que o impacto ambiental que já foi feito comporta “cerca de 160 medidas de mitigação dos impactos ambientais negativos que possa vir a ter naquela região”.

A presidente da bancada parlamentar socialista recordou depois que foi no final do Governo do PSD/CDS que se chegou à conclusão de que a melhor localização para o novo aeroporto seria o Montijo. “António Costa inscreveu no seu programa eleitoral em 2015 a necessidade de haver um consenso alargado de dois terços na Assembleia da República para as obras estruturantes para o país. Também por isso, e pelos estudos que vieram a ser feitos posteriormente, chegou-se à conclusão que devíamos optar pela opção do Aeroporto Complementar de Lisboa e por isso a melhor localização seria o Montijo”, destacou.

“O que não faz muito sentido é que passemos os próximos 20 anos, ou 50, a continuar a discutir esta questão”, até porque se trata de uma obra necessária para aliviar os constrangimentos do aeroporto Humberto Delgado, alertou.

Por isso, Ana Catarina Mendes pediu o “bom-senso de todos”. “Não deve ser inviabilizada uma obra desta natureza só por uma razão partidária e de município”, garantiu.

PS apresentou nomes para o Tribunal Constitucional com tranquilidade

No ‘Almoços Grátis’ de hoje também se falou sobre os nomes propostos pelo Partido Socialista para preencher as vagas deixadas com a saída de Cláudio Monteiro e Clara Sottomayor do Tribunal Constitucional. “Os nomes que o Partido Socialista apresentou [Vitalino Canas e Clemente Lima], com esta tranquilidade de quem tem noção de que são bons nomes para apresentar, foram tidas várias conversas no Parlamento e nas várias conversas com os vários grupos parlamentares não foram colocadas dúvidas”, afiançou Ana Catarina Mendes.

Daí que não sejam compreensíveis algumas críticas relativamente ao nome de Vitalino Canas. A líder parlamentar do PS defendeu que tem um “grande apreço” não apenas do ponto de vista político por Vitalino Canas, mas também do ponto de vista académico, profissional e constitucionalista. “Julgo que deve ser isso que deve ser objeto de votação e de motivação para o Tribunal Constitucional, que de resto não é uma nomeação, é uma eleição por voto secreto na Assembleia da República”, apontou.

Ana Catarina Mendes revelou depois que “o Bloco de Esquerda sabia desde o início, nas primeiras conversas que tivemos, que manteríamos o nome de Francisco Louçã para o Conselho de Estado, mas que no que diz respeito aos nomes que indicássemos para o Tribunal Constitucional não seria um nome desta vez sugerido pelo Bloco de Esquerda, como foi no passado”, sendo desta vez os dois nomes indicados pelo Partido Socialista.

Oiça aqui o programa de hoje.