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Nada obsta a que o PAN integre um futuro acordo parlamentar de Governo

Nada obsta a que o PAN integre um futuro acordo parlamentar de Governo

As relações com o PAN (Partido Pessoas, Animais e Natureza) poderão conhecer uma maior aproximação caso o PS volte a ser chamado a formar Governo na próxima legislatura, afirmou ontem o primeiro-ministro, António Costa.

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Nada obsta a que o PAN integre um futuro acordo parlamentar de Governo

Numa entrevista concedida à SIC, um dia após as eleições europeias, o primeiro-ministro e líder socialista, depois de lembrar as boas relações que o Governo e o PS têm mantido em toda esta legislatura com o PAN, chegando mesmo a recordar que este partido “viabilizou todos os orçamentos”, admitiu que de futuro as relações possam ser ainda “mais estreitadas”, caso o PS volte a ser chamado a formar Governo.

Questionado sobre se encara a possibilidade de agregar num futuro acordo parlamentar o PAN, António Costa foi claro afirmando que não via nenhum obstáculo a que tal pudesse vir a acontecer, recordando que nestes últimos três anos e meio o PAN “nunca votou contra as propostas de Orçamento do Estado” apresentadas pelo Governo, tendo mesmo “em alguns casos” votado a favor.

Depois de vincar que apesar de nunca ter existido qualquer posição assinada em conjunto entre o Governo e o PAN, António Costa fez, contudo, questão de referir que nem por isso deixou de haver espaço, sempre que necessário, para negociações, frisando que as relações do Governo com o partido liderado pelo deputado André Silva têm sido de “grande proximidade” e podendo, de futuro, ser aprofundadas.

Esta é uma boa solução governativa

Quanto à questão levantada, a propósito dos resultados nas eleições europeias, de uma possível erosão da relação com o PCP, eventualmente pondo em causa a atual solução governativa, António Costa recusou perentoriamente a tese, lembrando que a principal virtude da solução governativa encontrada pelo PS e pelos partidos à sua esquerda reside no facto de entre eles haver sobretudo uma “relação de complementaridade e menos de competição entre si”.

Nesta entrevista, o primeiro-ministro chamou ainda a atenção para o facto de as subidas eleitorais nestas europeias tanto do PS, como do BE, não terem sido alcançadas “à custa dos outros partidos” que integram a atual solução governativa, recordando que, em anteriores eleições europeias, o número de deputados eleitos quer pelo BE, quer pelo PCP “tem variado muito de eleição para eleição”.

Quanto ao pressuposto de uma eventual integração de elementos do BE e do PCP num futuro Governo liderado pelo PS, António Costa foi de novo perentório, considerando tal hipótese “muito pouco provável”, fazendo uso de uma expressão que tem utilizado: “aquilo em que conseguimos convergir tem sido suficiente para uma muito boa amizade, mas insuficiente para termos um bom casamento”.