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MUDANDO A RECEITA, MUDAM OS RESULTADOS

MUDANDO A RECEITA, MUDAM OS RESULTADOS

António Costa acha que dá vontade de rir a oposição dizer, agora, depois da previsão delirante e apocalíptica da vinda do diabo, que este só não veio, porque o atual Governo manteve a receita do anterior, ou seja, fez o mesmo.

Opinião de:

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Todos sabemos que não foi assim, mas o primeiro-ministro, injustamente visado pelas palavras de Passos, fez um desmentido perentório: fiz o contrário! Eu diria mesmo o oposto, situando-se nos antípodas da política desastrosa do líder do PSD. Passos foi o campeão da austeridade, Costa acabou com ela. O presidente dos ditos sociais-democratas pôs a Comissão Europeia e a senhora Merkel à frente do seu próprio país, o secretário-geral do PS colocou Portugal e os portugueses em primeiro lugar. Passos roubou e enganou, Costa deu e cumpriu. Com o Governo PS, o crescimento económico foi quase três por cento, o desemprego baixou e o país saiu do Procedimento por Défice Excessivo. A diferença entre os dois Governos, o atual e o anterior, não é, assim, abismal, mas abissal! 

Dizer, tal como Passos, que a receita é a mesma foi das maiores barbaridades políticas que ouvi na minha carreira de jornalista, de quase meio século, e que, sinceramente, não esperava ouvir, embora pouco ou nada me surpreenda. Os disparates, alguns mesmo de arrepiar, nas hostes do PSD, atingem proporções tão grandes, que até nos interrogamos como são possíveis. Passos não tem a noção do ridículo e esta mata, se é que o líder do PSD não está já politicamente morto. Almeida Santos, que foi um grande senhor da política, se fosse vivo, diria logo: o PSD ensandeceu! A tradição que o PSD tem de dar vontade de rir – não se deve levá-lo a sério – já vem de longe. Francisco Assis disse-me, um dia, em entrevista, que Alberto João Jardim, devido a algumas afirmações, era o clown do regime. O próprio Marcelo, com o lelé da cuca, também causou hilaridade e foi motivo de chacota. E os dislates de Cavaco, ao afirmar que o que recebia, mais de dez mil euros por mês, não lhe chegava para viver. 

Enfim, um rosário de declarações nada abonatórias para o pessoal político do PSD, já de si pouco valioso. Ocorre-me à memória uma outra de Cavaco Silva, que me deixou chocado e indignado: o mal da Grécia é ter sonhos. Como é possivel que um Presidente da República faça uma afirmação destas, tao infeliz e até mesmo ofensiva? Não se infira desta lástima política que é o PSD – as exceções foram Sá Carneiro, Balsemão e Mota Pinto, mormente pela sua fidelidade ao ideário social-democrata – que o país não tem políticos à altura. António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa formam uma trindade de competência e probidade. O país está em boas mãos. Há razões para estarmos confiantes. Já dobrámos o Cabo Bojador. Passos vendeu o país ao desbarato e empobreceu os portugueses. O acordo de esquerda é uma vida melhor e um país também melhor. O futuro parece sorrir a Portugal. Os anos de ouro que vivemos, e de que já falei neste jornal, vão ficar. O otimismo é sempre saudável.