Manuel Alegre recebe Medalha de Honra da Cidade de Lisboa

Na sessão realizada nos Paços do Concelho, o presidente da Câmara de Lisboa realçou que “a justiça da entrega da Medalha de Honra da Cidade a Manuel Alegre é, pois, inquestionável”.

Fernando Medina afirmou ainda que “Manuel Alegre deixa um contributo de enorme futuro para a esquerda portuguesa”, pois “é talvez o político de esquerda que melhor soube pronunciar em simultâneo o ‘ser de esquerda’ e ser patriota, com o mesmo sentido de orgulho, com o mesmo sentido de noção de serviço público e de serviço ao país que sempre o norteou”.

O poeta, escritor e antigo deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República foi homenageado no dia em que comemorou 42 anos do regresso do exílio, onde passou uma década na Argélia. 

No seu discurso, Manuel Alegre, depois de afirmar estar “muito honrado com a distinção conferida pela Câmara Municipal de Lisboa”, disse que está a “nascer uma terceira vez”, tendo sido a primeira em Águeda, sua terra natal, e a segunda em Coimbra, onde estudou.

“Permitam-me que partilhe esta medalha de honra com a minha família, com todos os companheiros de resistência, todas e todos os que sofreram prisões, torturas, exílios, todas e todos que ao longo de quase meio século nunca se renderam, e mantiveram acesa a chama da liberdade conquistada a 25 de Abril”, salientou.

Referindo que vive em Lisboa há 42 anos, Manuel Alegre considerou ser da capital “há séculos”.

“Estou aqui há séculos, nesta capital de império que, mesmo sem império, continua a ser uma das grandes capitais do mundo”, disse, acrescentando que a capital depois das obras em curso ainda vai ficar mais bonita.

No início da cerimónia, o jornalista e amigo do poeta José Carlos de Vasconcelos lembrou o seu percurso pessoal e literário, e a atriz Maria do Céu Guerra declamou alguns dos poemas de Manuel Alegre dedicados à cidade de Lisboa.