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Mais de 3.500ME das linhas de crédito já chegaram às empresas

Mais de 3.500ME das linhas de crédito já chegaram às empresas

No âmbito do lay-off simplificado, as empresas já receberam nos últimos dois meses, em linhas de crédito criadas pelo Governo, mais de 3.500 milhões de euros, o equivalente, segundo o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, a "um trimestre de crédito total às empresas do sistema bancário em anos anteriores".

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Mais de 3.500ME das linhas de crédito já chegaram às empresas

Intervindo ontem na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação na Assembleia da República, o ministro da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, revelou que depois das linhas de crédito criadas pelo Governo para preservar as empresas e o emprego durante a pandemia de Covid-19, num montante de 3.583 milhões de euros, há agora novos pedidos para a renovação do ‘lay-off’ por parte de 46 mil empresas, abrangendo um universo de 353 mil trabalhadores, garantindo o ministro que o Governo está a articular com o sistema bancário a “melhor forma de satisfazer a procura de crédito que não foi satisfeita até agora”.

Segundo o governante, estes novos pedidos para renovação do ‘lay-off’ enquadram-se na necessidade de assegurar que ficam “cobertas as margens” onde as linhas de crédito não chegaram, reconhecendo o ministro que a prioridade da próxima abertura de linhas de crédito, que “já estão autorizadas pela Comissão Europeia”, será dirigida para apoio às micro e pequenas empresas, que segundo o ministro “é onde há mais procura ainda não satisfeita”.

Uma ajuda decisiva

Para o titular da pasta da Economia, decisiva foi sem dúvida a liquidez que o Governo fez chegar às empresas por várias formas neste período conturbado da pandemia de Covid-19, quer através dos “sistemas de incentivos, de linhas de crédito ou de moratórias fiscais” ou, ainda, de “contribuições para a Segurança Social”, iniciativas, como lembrou, que “chegaram a um conjunto muito significativo de empresas”.

O ministro lembrou ainda que, entre as moratórias e os reembolsos dos incentivos anteriores e a “aceleração de pagamentos” de pedidos que estavam formulados pelas empresas, “já foram injetados nas empresas 400 milhões de euros” nos últimos dois meses, dinheiro que lhes permitiu, como salientou, que “muitas empresas pudessem ter sobrevivido à crise”.

Siza Vieira referiu-se ainda ao sistema Covid-Inovação que teve uma “procura muito superior aos 100 milhões de euros” inicialmente colocados a concurso, tendo neste âmbito sido aprovados apoios de “92 milhões de euros” e estando previsto, como também assinalou, um “reforço de 75 milhões de euros e eventuais reforços adicionais”.

Também o programa Adaptar, destinado a apoiar a adaptação das micro e pequenas empresas às regras de segurança da Covid-19, alcançou um êxito assinalável ao ter “esgotado já a dotação para as microempresas”, estando também muito próximo disso as verbas destinadas às “pequenas e de média dimensão”, garantindo o ministro da Economia que o Governo “vai continuar a disponibilizar recursos às empresas para esta adaptação”.

Quando ao futuro do ‘lay-off’, o ministro da Economia não se quis comprometer com possíveis alternativas, lembrando, contudo, que o desenho deste e de outros apoios do Governo às empresas será conhecido já na próxima quinta-feira no âmbito do Programa de Estabilização Económica e Social, que será aprovado em Conselho de Ministros, fazendo questão de salientar que “não deverá haver apoios à suspensão de contratos de trabalho, como aliás sucedeu até aqui em 77% dos casos”.

Pedro Siza Vieira referiu ainda nesta audição parlamentar que o impacto mais violento da crise ter-se-à verificado na segunda quinzena de março e na primeira de abril, sendo que o mês de maio, como aludiu, já foi um período em que se verificou “alguma recuperação”, não apenas do emprego, como também de “algum crescimento nos índices de produção industrial e de confiança dos consumidores”, mostrando-se convicto de que Portugal vai conseguir ter, “seguramente”, no final deste ano e no princípio do próximo, “um crescimento muito significativo”, sendo para isso essencial assegurar o reforço das empresas.