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Maioria do PS facilitará diálogo político

Maioria do PS facilitará diálogo político

Para que a direita perca as eleições é essencial que o PS as ganhe, defendeu ontem António Costa, no debate na SIC/Notícias com o líder comunista. O líder do PS deixou claro que a saída do euro, defendida pelo PCP, é “uma divergência de fundo” que impede o diálogo entre os dois partidos.

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Maioria do PS facilitará diálogo político

Acusando o PCP de sustentar no seu programa eleitoral o desmantelamento da União Económica e Monetária, uma posição que o líder do PS reconheceu ser clara e um mérito dos comunistas ao assumirem no seu programa quais os riscos e consequências que Portugal correria caso saísse do euro.

Consequências que seriam, segundo António Costa, “draconianas no rendimento das famílias”, designadamente, como sublinhou, no “risco de viabilizar a banca – que colapsaria – para a conversão da dívida, assim como na necessidade de provisionamento energético e de outros bens essenciais que poderiam faltar ao país”.

Mais à frente na sua intervenção, o Secretário-geral do PS deixou duras críticas ao Governo e ao governador do Banco de Portugal sobre o processo de alienação do Novo Banco, advertindo sobre os riscos do adiamento da venda.

O que é gravíssimo, disse António Costa, é que o governador do Banco de Portugal tenha entendido que está no âmbito das suas funções “fazer o favor político ao Governo, iludindo os portugueses que esta era uma solução sem risco”, quando a solução encontrada, defendeu, “tem riscos, desde logo com 3,9 mil milhões de euros que o Estado lá tem colocado, que é dinheiro dos contribuintes”.

Perante o adiamento da venda do Novo Banco, António Costa disse ser dever do governador Carlos Costa e do Governo “explicarem tudo o que está por explicar”.

Em matéria fiscal, o líder socialista garantiu o que desde há muito o PS vem anunciando, que avançará com a eliminação da sobretaxa, metade em 2016 e o restante no ano seguinte “acabando de vez com este imposto extraordinário”.

António Costa lembrou que, em nome da necessidade de as contas baterem certas, “entre o que aumentamos na despesa e diminuímos na receita”, é que “não avançamos desde já com a decisão de acabar com a sobretaxa de uma só vez”.

Para além da sobretaxa, a proposta do PS, garantiu ainda o líder socialista, passa pela eliminação das taxas moderadoras ao longo da próxima legislatura, pela “reposição imediata” do Complemento Solidário para Idosos, do Rendimento Social de Inserção e pelos abonos de família que foram cortados, comprometendo-se ainda com a reposição do vencimento dos funcionários públicos até 2017.

Quanto a eventuais acordos políticos após as eleições com outras forças partidárias, António Costa disse não ter dúvidas de que tudo será mais fácil se o PS obtiver uma maioria, recordando a sua experiência como presidente da Câmara Municipal de Lisboa.