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Líder socialista avisa que portugueses não compreenderiam se a maioria de esquerda entrasse em rutura

Líder socialista avisa que portugueses não compreenderiam se a maioria de esquerda entrasse em rutura

Os portugueses teriam uma “enorme dificuldade em perceber e dificilmente perdoariam” se no último ano desta legislatura, “por pressa de chegar às eleições”, esta maioria de esquerda “deitasse tudo a perder”, advertiu ontem em Lisboa, num encontro com militantes e simpatizantes socialistas, o Secretário-geral do PS, António Costa.

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Líder socialista avisa que portugueses não compreenderiam se a maioria de esquerda entrasse em rutura

Falando aos jornalistas no final de uma reunião promovida pela FAUL e destinada a preparar o debate parlamentar do Estado da Nação que terá lugar no próximo dia 13 na Assembleia da República, o líder socialista, depois de lembrar que o PS “tem uma identidade histórica própria”, não sendo, portanto, como frisou, um partido tipo “carochinha à procura do João Ratão”, reafirmou que o PS está genuinamente empenhado na defesa da atual solução de Governo, recusando um regresso ao Bloco Central.

Antes, perante uma sala cheia de militantes e simpatizantes socialistas, o Secretário-geral fez questão de lembrar que o PS “tem muito orgulho na sua história”, e que hoje, enquanto partido responsável pelo Governo de Portugal, tal como sempre sucedeu, “possui um programa muito claro para executar” que não deixará de cumprir “passo a passo”, como tem feito desde o início, mostrando-se otimista que esta solução de Governo possa ser estendida para a próxima legislatura.

Quando às reivindicações ou às posições públicas assumidas pelos partidos que apoiam parlamentarmente o Governo sobre alguns dos temas da política nacional, António Costa, que tinha a ouvi-lo na primeira fila o ministro das Finanças, Mário Centeno, sustentou que os portuguese “não nos perdoariam” se depois desta experiência governativa em que foi possível “ter as finanças públicas bem controladas, ter rompido com a austeridade e mantido o país no euro, ter tido o maior crescimento económico desde o princípio do século com a maior redução do desemprego e do défice e com uma clara descida da dívida pública”, por pressa de chegar às eleições, “deitássemos agora tudo a perder”, perturbando “aquilo que deve ser feito com calma e serenidade nos anos anteriores”, numa referência clara aos processos negociais dos orçamentos do Estado dos últimos três anos.

Asneiras da direita

António Costa lembrou que o Governo que lidera já teve de enfrentar e de vencer desde o início da legislatura “duas ficções criadas pela direita”, uma sobre a eventual necessidade de o Governo adotar um plano B em relação ao Orçamento do Estado para 2016, o que se veio a provar ser um absoluto disparate da direita, e uma outra ficção que alertava para a chegada do diabo, com a grosseira e infundada justificação de que os juros da dívida de Portugal iam disparar, sendo o país alvo de novas sanções, impedindo-o de sair do procedimento por défice excessivo.

Ficções e asneiras que cobriram a direita de ridículo mas que não a fizeram desistir nem a cansaram de voltar agora à carga com uma nova fantasia, segundo a qual a atual solução de Governo deixou de funcionar sendo por isso necessário, como tem proclamado, encontrar uma nova solução que passe pelo Bloco Central, premissa que na opinião do Secretário-geral socialista “está errada”, uma vez que com o acordo encontrado pelo PS, BE, PCP e PEV está demonstrado que também à esquerda, apesar das evidentes diferenças, “é possível encontrar soluções governativas que sejam estáveis, duradouras e que proporcionem bons resultados na economia e na sociedade”.