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JÁ NÃO HÁ PACIÊNCIA PARA TRUMP

JÁ NÃO HÁ PACIÊNCIA PARA TRUMP

Donald Trump soma e segue a via do despautério. Aqueles que acreditaram que Trump-presidente seria diferente de Trump-candidato devem concluir que é diferente, para pior. Quase diariamente, Trump-presidente toma decisões que são verdadeiros atentados à democracia e aos direitos humanos, afetam o equilíbrio dos ecossistemas, põem em causa a segurança das pessoas e representam atrasos civilizacionais.

Opinião de:

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São tantos e tão graves os desmandos que já nem se liga à linguagem boçal, xenófoba e sexista, imprópria de um governante. Vamo-nos ainda surpreendendo com a insanável ignorância e as persistentes mentiras com que “justifica” rasgar tratados internacionais e atirar para o lixo o legado legislativo de Obama. E já poucos se chocam com as atitudes de compadrio, nepotismo e desrespeito pelas elementares regras de um Estado de direito. Não há sombra de racionalidade no discurso e na ação do presidente dos Estados Unidos. A linguagem é emocional, o gesto é hiperbólico e a ação é ruinosa. Com isso conquistou adeptos. Por isso é mais difícil desmascará-lo.  

Trump-candidato prometeu aos americanos resolver os problemas da criminalidade e do terrorismo; combater o islamismo radical e a imigração; travar a deslocalização de capitais e aumentar o investimento em infraestruturas; enfrentar o poder económico da China e construir um muro na fronteira com o México; reduzir os encargos militares e de apoio ao desenvolvimento de países estrangeiros e reforçar o orçamento de defesa do território norte-americano. E comprometeu-se a acabar com a corrupção e o desemprego.

Trump-presidente fechou as fronteiras aos imigrantes de vários países; denunciou unilateralmente acordos internacionais; insultou povos, Estados soberanos e a União Europeia, ao mesmo tempo que elogia a extrema-direita europeia; gere a respublica como se fosse uma das suas empresas, afastando quem não lhe agrada e nomeando familiares e amigos indefetíveis para os altos cargos do Estado.

A imagem de Trump, rodeado de mineiros, a assinar a reversão do plano de energia limpa de Obama – acabando com os limites à emissão de CO2, rejeitando o acordo de Paris e toda a evidência científica sobre alterações climáticas e com isso contribuindo para aumentar o aquecimento global do planeta, agravar a qualidade do ar e prejudicar a saúde dos americanos – diz mais sobre a personagem que milhares de palavras. É a imagem da alarvidade histriónica, da ignorância atrevida, do retrocesso civilizacional, da decadência moral… 

Até quando Trump irá abusar da nossa paciência?