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Investidores dos EUA podem encontrar em Portugal segunda casa após ‘Brexit’

Investidores dos EUA podem encontrar em Portugal segunda casa após ‘Brexit’

Portugal tem condições e abertura para ser a segunda casa dos empresários norte-americanos com investimentos no Reino Unido que, após o 'Brexit', não queiram perder o acesso ao mercado único europeu, garantiu o primeiro-ministro, hoje, em Lisboa.

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Investidores dos EUA podem encontrar em Portugal segunda casa após ‘Brexit’

António Costa falava na sessão de abertura de uma conferência denominada “Estados Unidos e Portugal uma parceria para a prosperidade”, na Fundação Calouste Gulbenkian, ocasião que aproveitou para destacar os benefícios económicos resultantes de investir no nosso país.

Esta conferência ganha relevo em vésperas da visita oficial de uma semana que António Costa vai realizar aos Estados Unidos entre os dias 10 e 16 deste mês.

O líder do Governo socialista introduziu o tema do ‘Brexit’ já no final da sua intervenção, apontando que, na sequência da saída do Reino Unido da União Europeia, Portugal e os Estados Unidos passarão a ser países mais próximos geograficamente.

“Temos todas as condições para desempenhar esse papel de estreitamento de relações no mundo transatlântico – e essa cooperação vai seguramente reforçar-se com o ‘Brexit’”, defendeu perante uma plateia maioritariamente constituída por diplomatas e empresários.

Depois, sustentou que “muitas empresas norte-americanas, a exemplo de muitas outras exteriores à União Europeia, desejam continuar no Reino Unido” mesmo após o ‘Brexit’.

“Mas, não desejando sair da União Europeia, essas empresas necessitam de encontrar uma segunda casa que lhe permita manter a sua presença na União Europeia”, explicou Costa, deixando então o convite feito.

“A todos esses [empresários], quero dizer que Portugal oferece dois em um: A possibilidade de continuarem no Reino Unido; e a possibilidade de não saírem da União Europeia ao investirem em Portugal”, enfatizou.

Sines e o estreitamento de relações

Momentos antes, António Costa reafirmara que o porto de Sines pode ser uma porta de entrada para o gás natural liquefeito (GNL) norte-americano na UE.

Advertiu, neste ponto, mais uma vez, que esse abastecimento de gás natural proveniente dos EUA é um importante fator de segurança energética para a Europa.

Nesta ocasião, o primeiro-ministro aproveitou também para referir os principais objetivos da sua visita aos Estados Unidos, destacando, em primeiro lugar, a cooperação científica entre universidades dos dois países.

Além do aprofundamento da cooperação já existente desde 2006 entre o Massachusetts Institute of Technology (MIT), António Costa mencionou ainda, como nova aposta, a Universidade de Standford, em São Francisco, na Califórnia.

“Queremos alargar a nossa cooperação com as universidades norte-americanas também à costa ocidental”, indicou, antes de falar sobre a organização pela Câmara do Comércio Luso Americana de uma conferência económica em Nova Iorque.

“Além desta conferência económica, vou também manter em Silicon Valley (Califórnia) um conjunto de contactos com algumas das grandes empresas norte-americanas”, adiantou, acrescentando que “serão dinamizados os contactos com o vibrante ecossistema de inovação existente nos Estados Unidos”.

Segundo António Costa, “a inovação é seguramente o motor de desenvolvimento das nossas economias”, sendo por isso “uma vasta área de cooperação que devemos aprofundar, quer nas relações ao nível universitário, quer do ponto de vista das relações entre empresas”, vincou.