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“Há muito caminho para fazer e é neste caminho que não vamos faltar aos portugueses”

“Há muito caminho para fazer e é neste caminho que não vamos faltar aos portugueses”

“Há muito caminho para fazer e é neste caminho que não vamos faltar aos portugueses”

A ministra da Saúde, Marta Temido, rejeitou ontem, no Parlamento, uma visão que procure encontrar “culpados” pelos efeitos da pandemia e pelas medidas necessárias à sua contenção, sublinhando que o que existe é um combate incessante contra uma doença e “muito caminho para fazer”, no qual, garantiu, “não vamos faltar aos portugueses”.

“Não há culpados, há uma doença. Somos todos portugueses”, afirmou Marta Temido no final do debate na Assembleia da República sobre o relatório do estado de emergência entre 16 e 30 de janeiro, período em que se registou o maior número casos de Covid-19, óbitos e internamentos nos hospitais.

A ministra da Saúde assumiu, perante os deputados, que foi “com enorme pesar”, no contexto das restrições que foi necessário implementar, que as escolas foram fechadas às atividades presenciais a 22 de janeiro, atribuindo a necessidade desta medida à nova variante do Reino Unido e ao facto das “medidas tradicionais não serem suficientes para responder à transmissão da infeção”.

“Esta tendência foi invertida e é isso que vale a pena sublinhar”, sustentou, frisando que janeiro foi o mês com mais testes realizados desde o início da pandemia. Sobre esta matéria, em resposta à bancada do PSD, Marta Temido lembrou que “Portugal é o sexto país da UE em número de testes realizados por milhão de habitante e há pessoas que devem estar a ler números errados”.

“Estamos hoje melhor do que aquilo que estávamos, mas não estamos ainda no sítio onde queríamos estar”, disse, recordando que o número mais baixo de novos casos que o país registou até hoje foi a 2 de agosto (106) do ano passado e foi também nesse dia que houve zero óbitos, além de lembrar que a 22 de agosto havia 270 internados e a 9 de agosto estavam 29 doentes nos cuidados intensivos, sublinhando que “há muito caminho para fazer”.

“É neste caminho que não vamos faltar aos portugueses, não com soluções fáceis, porque elas não existem. Não é quebrar patentes que garante a capacidade produtiva para vacinas, não é dizer que não planeamos que resolve aquilo que falta fazer. O que falta fazer faz-se com trabalho, estudo, dedicação e sobretudo com argumentos verdadeiros”, concluiu.

Portugal terá “mais vacinas dadas do que portugueses infetados” no final da semana

No início do debate, o ministro da Administração Interna destacou o apoio da Assembleia da República e do presidente da República para a concretização das medidas mais duras de confinamento, que tiveram início numa altura em que a “capacidade máxima” das camas para internamento nos hospitais foi atingida e que 274 concelhos do continente estiveram em risco máximo ou extremamente elevado.

Eduardo Cabrita afirmou, também, que Portugal “terá mais vacinas dadas do que portugueses infetados” até ao final da semana e salientou os objetivos de curto prazo.

“Com determinação, com sentido de resiliência, com sentido de mobilização de todos, temos de aumentar o espaço de resposta das estruturas de saúde. E temos de aumentar o espaço que permita o regresso à escola e a recuperação de atividades económicas. Hoje, exatamente, atingimos meio milhão de portugueses que receberam já pelo menos uma dose da vacina – e fazemo-lo com prioridades claras e solidárias. É significativo que se tenha já atingido cerca de 20% de vacinação entre os cidadãos que têm mais de 80 anos. E ultrapassámos o indicador de há duas semanas de 15 mil bombeiros vacinados, chegando-se a cerca de 16 mil”, enumerou.

Para o titular da pasta da Administração Interna, Portugal “está a fazer o seu caminho” e os números registados “demonstram a adequação das medidas” tomadas pelo Governo para o confinamento geral.