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Transição digital nas escolas conta com 500 milhões de euros

Transição digital nas escolas conta com 500 milhões de euros

O pilar da transição digital pretende apetrechar as escolas e democratizar o acesso às tecnologias digitais com a compra de mais 260 mil computadores para alunos e professores.

A transição digital, uma das três dimensões do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de Portugal, tem como objetivo central “criar condições para a inovação educativa e pedagógica através do desenvolvimento de competências em tecnologias digitais, da sua integração transversal nas diferentes áreas curriculares e da modernização do sistema educativo português”, conforme refere o documento que se encontra desde ontem em consulta pública.

Nesse sentido, o PRR estabelece um investimento de 500 milhões que, através da Secretaria-Geral da Educação e Ciência, vão permitir um conjunto de investimentos, entre os quais a aquisição de 260 mil computadores de uso individual, destinados a alunos e professores, bem como a compra de 15 mil equipamentos para satisfazer as necessidades administrativas das escolas. O investimento irá, ainda, permitir o alargamento de conectividade da internet da rede alargada da Educação, a criação de mais de mil laboratórios para a Educação Digital e a instalação de equipamentos de projeção em 43 mil salas de aula.

A aposta do Governo passa também pela produção de conteúdos educativos digitais e a promoção da desmaterialização progressiva de recursos educativos e dos processos de avaliação, além de dotar as escolas das condições necessárias para a utilização “permanente e massificada de recursos didáticos e educativos digitais”.

A este investimento no Continente [500M€], acresce o investimento de 21 milhões de euros para a digitalização da Educação na Madeira e 38 milhões para os Açores.

“Assegurar a democratização do acesso às tecnologias digitais” e “modernizar o sistema educativo português com a infraestrutura tecnológica necessária para integrar as competências e os conteúdos digitais nos processos pedagógicos” são os desígnios estabelecidos para o setor educativo, no quadro da dimensão da transição digital, a qual representa 18% do volume global do PRR.

Aposta no ensino profissional e formação superior

A transição digital, enquanto dimensão do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), abrange, igualmente, o ensino profissional e determinadas áreas da formação superior.

Assim, no sentido de alargar a oferta formativa e modernizar as escolas profissionais, o PRR tem inscrita uma verba na ordem 710M€, com vista a permitir, designadamente, reforçar as infraestruturas tecnológicas das escolas profissionais, criar 365 Centros Tecnológicos Especializados e capacitar ss instituições para garantir respostas adequadas às exigências dos diferentes cursos.

O PRR propõe-se também garantir o apetrechamento das escolas e centros de formação profissional com os equipamentos essenciais e ajustados à sua oferta formativa, nomeadamente em “setores estratégicos e emergentes e da rede de centros do serviço público de formação para reforçar a cobertura e diminuir desequilíbrios e lacunas territoriais”.

Ao nível do ensino superior, destaca-se o projeto Impulso Jovem STEAM que irá receber 140M€, por forma a que as instituições possam desenvolver iniciativas que visem aumentar a graduação superior de jovens nas áreas STEAM (ciências, tecnologias, engenharias, artes, humanidades e matemática).

O Governo pretende apoiar 20 mil estudantes dos cursos STEAM até ao segundo trimestre de 2025, e ainda “beneficiar pelo menos 15 mil estudantes anualmente pelas intervenções de modernização de infraestruturas e equipamentos”, assim como, segundo consta no documento, apoiar 650 Clubes Ciência Viva, por forma “a alargar a Rede de Clubes de Ciência Viva ” e “apoiar a instalação e criação de 20 Escolas Ciência Viva”.

O Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal encerra três dimensões – resiliência, transição climática e transição digital – e prevê um volume financeiro total de 16.643 milhões de euros, dos quais 13.944 milhões em forma de subvenções e 2.699 milhões no modelo de empréstimo.