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Governo defende subida “com significado” do salário mínimo em 2021

Governo defende subida “com significado” do salário mínimo em 2021

No próximo ano, não obstante todas as dificuldades económicas causadas pela pandemia, tem de haver espaço e margem para um aumento “com significado” do salário mínimo nacional, defendeu ontem o ministro das Finanças, João Leão, em entrevista à RTP3.

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Governo defende subida “com significado” do salário mínimo em 2021

Apesar da pesada “fatura” trazida pela pandemia, com a economia a recuar cerca de 16,3% no segundo semestre deste ano, como o reconheceu o titular da pasta das Finanças, e a chegar ao final do ano, ao que tudo indica, como também referiu, a um défice das contas públicas a rondar os 7%, depois do excedente histórico de 0,2% alcançado nos primeiros três meses de 2019, o ministro João Leão não deixou de defender a necessidade de haver no próximo ano margem para um aumento “com significado” do salário mínimo nacional, após uma negociação na Concertação Social, deixando também a garantia de que em 2021 “não haverá aumento de impostos”.

Perante uma crise que ninguém esperava, mas que veio inverter por completo o cenário positivo em que navegava a economia portuguesa até março de 2019, período em que se registava um crescimento económico consecutivo, há dois anos, acima da média europeia, com sinais claros de retoma da confiança, a boa solução hoje, na opinião do ministro das Finanças, para começar a inverter a quebra registada em muitos setores da economia e na vida de muitos trabalhadores afetados pela crise da pandemia, é apostar no aumento do salário mínimo nacional, lembrando o governante que “há ainda muitos trabalhadores” a ganhar apenas o valor de 635 euros.

Quanto a aumentos salariais dos trabalhadores da administração pública, João Leão deixou claro que em 2021 “haverá uma subida superior a 2%” da massa salarial, também devido, como referiu, “às progressões e à recuperação do tempo de serviço dos professores e das carreiras especiais”.

Sinais de recuperação

O ministro das Finanças não quis que esta entrevista ao canal público de televisão passasse sem uma nota de otimismo quanto à evolução da economia portuguesa, referindo como um dos exemplos que no terceiro trimestre já houve, “acima do que era esperado”, alguns sinais de recuperação, apontando designadamente para a “subida ligeira” da receita do IRS nos meses de julho e agosto, “após quedas acentuadas em meses anteriores”, lamentando, contudo, que em relação ao desemprego “o pior ainda esteja para vir”, tendo mesmo estimado que a taxa de desemprego possa chegar próximo dos 9%.

Já quanto ao próximo Orçamento do Estado para 2021 e ao andamento das negociações com os partidos à esquerda do PS, o ministro deixou um sinal claro de otimismo, garantindo que “estão a correr bastante bem”, mostrando acreditar que a proposta orçamental será aprovada na Assembleia da República “com os mesmos apoios dos cinco anos anteriores”.