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António Costa em entrevista ao canal 11

António Costa em entrevista ao canal 11

O primeiro-ministro, António Costa, considera a questão do comboio de alta velocidade (TGV) um tema "bastante tóxico" em Portugal, mas argumenta que "a seu tempo é uma discussão que voltará" ao país.
António Costa Canal 11

Em entrevista emitida hoje à noite no Canal 11, da Federação Portuguesa de Futebol, quando questionado sobre se uma eventual candidatura ibérica à organização do Mundial de Futebol de 2030 implicaria infraestruturas como uma ligação de TGV entre Lisboa e Madrid, António Costa respondeu que o tema “é bastante tóxico em Portugal e a seu tempo é uma discussão que voltará”.

O primeiro-ministro disse ainda ter “quase a certeza” de que a questão voltará à ordem do dia, “não numa discussão sobre a ligação entre Lisboa e Madrid, mas sobre a inserção de Portugal no conjunto da rede de alta velocidade na Península Ibérica”.

O governante defendeu, no entanto, que ainda não é altura de o tema do TGV voltar à atualidade política: “Não está manifestamente maduro, nem há condições económicas nem condições financeiras no próximo quadro comunitário para que esse tema surja. Daqui a sete anos, eventualmente, é um tema que poderá voltar a surgir”, afirmou António Costa.

Ainda sobre o mesmo tema, o chefe do executivo lembrou que na atual legislatura a Assembleia da República aprovou “por uma larguíssima maioria” o Programa Nacional de Investimentos para os próximos sete anos e que foi restabelecido o Conselho Superior das Obras Públicas, “para que haja um bom escrutínio técnico e financeiro dos custos de oportunidade de cada um dos grandes investimentos”, que “têm de ser devidamente priorizados”, salientou.

“Vamos ter um quadro institucional mais robusto para que daqui a sete anos possamos ter essa discussão [do TGV] com calma e serenidade, já estudada”, disse António Costa.

Na entrevista, com cerca de 20 minutos, realizada nas instalações do Estádio Nacional, o primeiro-ministro respondeu a questões sobre a violência no desporto, que disse ser “a negação do próprio desporto, daquilo que deve ser o espírito desportivo e algo que tem de ser erradicado”, a atividade física em Portugal, o futebol feminino ou a viciação de resultados desportivos, que classificou de “perversão total do que deve ser a verdade desportiva”.

O “capitão de equipa” do Governo socialista, como se definiu evitou, por duas vezes, responder se vai pedir a maioria absoluta ao eleitorado nas legislativas de outubro, enfatizando apenas que os eleitores “são suficientemente adultos e maduros para saberem o que hão de escolher”.

“Confio inteiramente e respeitarei essa escolha e aguardaremos pelo resultado. E a mim compete-me jogar em função das condições. A gestão do próximo Governo far-se-á em função das condições que os portugueses nos disponibilizarem para governar”, argumentou António Costa.

Já sobre a possibilidade de Portugal e Espanha virem a candidatar-se, em conjunto, à organização do Mundial de Futebol de 2030, referiu que as federações dos dois países estão a desenvolver um estudo, precisamente para avaliar as condições de apresentação de uma eventual candidatura ibérica, onde se incluem as oportunidades relacionadas com o evento e as necessidades de investimento.

“Os dois governos [português e espanhol] acarinham esse estudo e aguardamos [pelas conclusões]”, acrescentou o primeiro-ministro.