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Anterior Governo teve várias oportunidades para determinar auditoria à CGD, mas entendeu não o fazer

Anterior Governo teve várias oportunidades para determinar auditoria à CGD, mas entendeu não o fazer

João Paulo Correia

O vice-presidente da bancada do PS João Paulo Correia recordou que “se hoje há um consenso alargado no Parlamento para a criação de uma nova comissão de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) entre 2000 a 2015, é porque o Governo determinou uma auditoria”. O socialista criticou PSD e CDS por, no seu último Executivo, não terem pedido uma auditoria, apesar de terem tido diversas oportunidades.

A auditoria, realizada por determinação do atual Governo do PS, produziu um relatório, que “é um facto novo face aos trabalhos da última comissão de inquérito” à CGD, frisou o socialista no Parlamento. Assim, a nova comissão de inquérito “tem uma peça fundamental para produzir conclusões que serão do interesse público”, garantiu.

Segundo João Paulo Correia, houve muitas oportunidades em anos anteriores para que o Executivo do PSD/CDS tivesse determinado uma auditoria à gestão da CGD, “mas não o fez”.

O deputado do PS deixou alguns exemplos, como quando, em 2011, a CGD teve pela primeira vez prejuízos; em 2012, quando o Governo de direita capitalizou a Caixa Geral de Depósitos; ou mesmo quando, entre 2013 e 2015, a “Inspeção-Geral de Finanças, nos seus relatórios trimestrais, informou o Governo de que o nível de imparidades disparou de 4.500 milhões para 5.200 milhões de euros”.

A estes três momentos, que “eram mais que justificativos para uma auditoria à Caixa”, pode-se juntar o dia em que o ex-primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, “em plena campanha eleitoral, em julho de 2015, disse que estava muito preocupado com a situação da Caixa porque não podia pagar os CoCos que devia ao Estado”. “Aí era a razão maior para o anterior Governo determinar uma auditoria à Caixa Geral de Depósitos, e também entendeu não fazê-lo”, lamentou.

Ora, os portugueses querem saber que créditos foram concedidos, que créditos foram reestruturados e que intromissões ocorreram por parte dos anteriores governos na gestão do banco público, contrariando os pareceres da Direção de Gestão de Risco. Resumindo, “quem são os responsáveis pelos prejuízos causados ao património da Caixa Geral de Depósitos”, disse.

“Da parte do Partido Socialista, os portugueses podem esperar justiça, um trabalho exigente, rigoroso e sem olhar a quem”, afiançou João Paulo Correia.