home

Ana Catarina Mendes critica apoio do PSD ao alemão Manfred Weber

Ana Catarina Mendes critica apoio do PSD ao alemão Manfred Weber

Ana Catarina Mendes

Em entrevista hoje divulgada pela agência Lusa, a propósito da candidatura de Manfred Weber, a secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, traça desde já uma linha de demarcação política entre os socialistas e o PPE em relação às próximas eleições europeias, colocando o alemão entre os “falcões” da ortodoxia financeira.

“As duas lideranças da direita [PSD, Rui Rio, e CDS-PP, Assunção Cristas], embora novas, são de pessoas que ao longo dos anos têm tido participação na vida política. É bom não esquecer que Assunção Cristas foi ministra do Governo que mais empobreceu os portugueses e que Rui Rio vai apoiar para a liderança da Comissão Europeia um dos mais ferozes adeptos da aplicação de sanções a Portugal”, acusa Ana Catarina Mendes.

Em declarações à agência Lusa, a deputada socialista Margarida Marques conta que, quando desempenhou as funções de secretária de Estado dos Assuntos Europeus, falou com Manfred Weber em 2016 sobre o processo de sanções que então se pretendia aplicar a Portugal.

“Falei com ele quando se discutia a suspensão dos fundos estruturais a Portugal. É um ortodoxo. Entre a chanceler Angela Merkel e Wolfgang Schäuble, ele está mais próximo do ex-ministro das Finanças da Alemanha”, sustenta Margarida Marques.

No plano dos direitos, liberdades e garantias, Margarida Marques observa que Manfred Weber votou a favor do relatório do Parlamento Europeu sobre a situação na Hungria, mas salienta que o candidato derrotado à presidência do PPE, o finlandês Alexander Stubb, se manifestou favorável à expulsão do partido de Viktor Orbán desta família política.

“Estou preocupada com o que vai acontecer no Parlamento Europeu após as próximas eleições. Penso que poderá haver uma reorganização das diferentes correntes políticas”, acrescentou a ex-secretária de Estado dos Assuntos Europeus.

O processo de designação do presidente do executivo comunitário entre os cabeças de lista indicados pelas famílias políticas europeias (os chamados “Spitzenkandidaten”, termo alemão que se pode traduzir por “candidatos principais”), segundo os resultados eleitorais, foi inaugurado por ocasião das anteriores eleições europeias, em 2014.