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Um caminho que vale a pena

Um caminho que vale a pena

A descida da taxa de desemprego (e a criação de mais de 100 mil empregos) e a redução do défice para os valores mais baixos da história da democracia portuguesa (e cumprindo, pela primeira vez e com folga, os limites impostos pela UE) são duas das marcas de sucesso de uma governação que demonstrou que, afinal, ao contrário do que foi ajuramentado pela Direita portuguesa (e europeia…), há um outro caminho para a saída da crise. Um caminho que não passa pelo empobrecimento das famílias (antes pela reposição de rendimentos), nem pela retirada de direitos adquiridos (antes pela sua devolução), ou pela aceitação submissa e silenciosa dos ditames europeus (antes pela afirmação de uma voz própria e pela busca de parcerias com outros estados na defesa dos interesses partilhados, já com reflexos numa certa inflexão do discurso, e da prática, das autoridades europeias). Falhada a vinda do Diabo e demonstrado que a aritmética da Direita é verdadeiramente um fracasso (com a demonstração da possibilidade do “impossível”), assiste-se, agora, a uma pouco subtil mudança da sua narrativa para o “esgotamento” dos acordos e da solução de Governo protagonizada pelo PS, com o apoio parlamentar do BE, do PCP e do PEV. Uma narrativa que tem tido algum eco, reconheça-se que não apenas nas fronteiras da Direita… mas que choca de frente com a realidade. Apesar dos resultados positivos, há ainda muito caminho a fazer em conjunto, como aliás ficou já demonstrado com o plano de combate à precariedade, apresentado pelo Governo na semana passada. A promoção do emprego digno é certamente uma causa que merece o empenho da atual solução de Governo, como o contínuo combate ao desemprego (cuja descida deve ser saudada, mas cujos valores não nos satisfazem), como o combate às desigualdades que continuam a prevalecer na sociedade portuguesa, como a necessidade de aumentar o ritmo de crescimento da economia. Há pois uma agenda comum, que não se esgota e que vale a pena continuar a aprofundar, mesmo que o ponto de partida possam ser abordagens diferentes das questões, priorizando sempre o que é o interesse do país e das pessoas.

Por muito que isso custe à Direita (e custa!), Portugal e os portugueses estão hoje melhor do que estavam há um ano.

Por muito que isso custe à Direita (e custa!), Portugal tem hoje uma solução de Governo estável e que tem provado bem.

Há, portanto, um caminho, difícil e exigente com certeza, mas que vale a pena continuar a ser caminhado.

(in Jornal de Notícias)

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