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2016 foi “annus horribilis” para o PSD

2016 foi “annus horribilis” para o PSD

Reagindo às críticas de Passos Coelho, hoje no Parlamento, durante o debate quinzenal, o primeiro-ministro, António Costa, considerou 2016 como o “ano horrível” para o PSD, recordando ao ex-primeiro-ministro que falhou em “tudo o que previu que ia acontecer” este ano, e que o diabo acabou por não aparecer em setembro como tinha profetizado.

Acusando Passos Coelho de não se conseguir libertar de um “passado de austeridade” em que mergulhou o país durante toda a legislatura, o que, em última análise, até poderá ser interpretado como um ato de coerência, lembrando a este propósito António Costa que uma das primeiras referências anunciadas pelo PSD, quando chegou ao Governo, foi que o programa da troica era “verdadeiramente o seu programa” e que a sua “ambição era ir além da troica”.

O primeiro-ministro referiu-se depois às falsas promessas de Passos Coelho, antes de assumir funções governativas, quando em março de 2011afirmou que “seria sempre preferível aumentar os impostos sobre o consumo do que sobre o trabalho”, promessa que, lembrou António Costa, foi completamente esquecida e invertida, com os aumentos de impostos sobre o consumo, “desde o IVA, em 2012, para arrecadar mais dois mil milhões de euros”, mas igualmente e simultaneamente, com aumento de impostos diretos, com a sobretaxa do IRS, e ainda, com a agravante, de ter ainda feito “cortes nos salários e nas pensões”.

Quanto “ao diabo”, que segundo Passos Coelho apareceria em setembro, António Costa ironizou, lembrando ao líder do PSD que “já vamos em meados de outubro e nem vê-lo a apresentar-se aos balcões do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) a pedir visto de entrada em Portugal”.

O primeiro-ministro referia-se à mensagem deixada por Passos Coelho aos deputados do seu partido em vésperas das férias de verão, quando num tom catastrofista aconselhou os seus companheiros de bancada parlamentar a gozarem bem as férias “porque em setembro vem aí o diabo”, aludindo ao que considerava serem as consequências para a economia e para a banca da política do Governo liderado por António Costa.

Ao contrário deste prognóstico, sustentou o primeiro-ministro, o que os portugueses podem verificar é que houve este ano “estabilidade ao nível da execução orçamental”, um cenário que foi completamente oposto, lembrou, ao que “aconteceu na legislatura anterior”.

António Costa referiu ainda que, pela primeira vez desde 2010, “chegamos ao fim do ano sem que tivesse existido um Orçamento Retificativo”, algo que nunca aconteceu com o anterior Governo que, lembrou, em quatro anos, viu-se obrigado a fazer “oito orçamentos retificativos”.

Para o primeiro-ministro, não há “maior instabilidade e falhanço” nas previsões do que ter que “elaborar dois orçamentos retificativos por ano”, como sucedeu durante quatro anos com a anterior governação de direita do PSD/CDS, falhanço que também se revelou agora, segundo António Costa, com o líder do PSD a revelar um “falhanço em todas as previsões na execução orçamental” de 2016.