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Importa julgar o governo do PPD/CDS

Importa julgar o governo do PPD/CDS

Há momentos na vida coletiva em que importa reposicionar o debate e relembrar a História. Vivemos, por estes dias, a necessidade de o fazer, olhando os anos entre 2008 e 2011.

Opinião de:

II Fórum Igualdade do DFMS-FAUL

A crise financeira que se inaugurou nos Estados Unidos da América, em 2007, fruto de uma ausência de regulação, de cegueira da administração Bush e da ladroagem que habitava nos topos dos grandes bancos, dizimou valor como há décadas se não via. Há muitos culpados, mas só alguns foram julgados. Outros sentaram-se, e sentam-se, ainda hoje, nos grupos financeiros internacionais que albergam todo o tipo de tráfico. 

Essa crise passou, com toda a amplitude, para o espaço europeu e, por essa altura, as instituições comunitárias mandaram os países investir, gastar, promover o que diziam ser “politicas anti cíclicas”. 

Por ingenuidade e talvez por uma certa visão “insfraestruturalista”, o governo português da altura deixou fugir o défice, alargou os cordões à bolsa. E, passados dois anos, com um certo desequilíbrio nas contas públicas, os abutres dos mercados entraram por nós a dentro, comendo uma parte da nossa riqueza. Vieram os PEC’s, depois o Memorando da Troika e, por fim, o governo dos incompetentes. 

Esse tal governo fez do memorando a sua política, assumiu a função de governanta, cara de pau e má de colher em punho, sovando os portugueses, em especial os mais pobres e a classe média que é sempre aquela que retira a direita do poder quando se porta mal. E é sempre uma chatice que haja homens moderados, progressistas, da esquerda democrática ou moderna, no poder, até porque o poder é uma outorga dos Senhores, adivinha-se, sempre num direito divino de séculos. 

Esse governo de incompetentes faliu os portugueses. Eles diziam que encontraram o país falido porque os socialistas haviam gasto tudo. Mas o investimento em educação, em ciência, em equipamentos e infraestruturas estava e está aí, vê-se, ninguém o pode roubar. Mas a falência dos portugueses, provocada pelo PPD/CDS não teve qualquer moeda de troca, não teve qualquer resultado, não serviu para nada. Foi selvajaria, foi malvadez, foi, até, sadismo. 

Para além de empobrecerem os portugueses, degolarem a economia, fizeram desacreditar as novas gerações, estreitar a margem de felicidade dos mais velhos. Podiam ter, pelo menos, salvo os bancos, como o fizeram outros países ou os EUA onde nasceu o problema. Mas não, o sistema financeiro foi deixado, ao atual governo, como uma prenda que nos vai rebentar nas mãos, que nos faz voltar aos tempos maus, que nos impele para a raiva. 

Os socialistas não souberam defender o seu património em 2011 e 2012. E havia muitas formas de o fazer, até promovendo autocritica, retratando-se pelo que correu mal. Pagamos cara essa falha. Mas, neste tempo, os socialistas não podem ser anjinhos e deixar de fazer um enorme coro – Passos e Portas roubaram os portugueses e faliram os bancos sem resolverem o problema das contas públicas. Eu acuso e exijo que sejam julgados. Em política também há julgamentos.