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Igualdade de género e desenvolvimento social e económico

Igualdade de género e desenvolvimento social e económico

“Women are the world’s most underused resource”. Com um discurso assente na defesa radical da igualdade, Hillary Clinton inicia a campanha para as próximas presidenciais nos Estados Unidos.

Opinião de:

Igualdade de género e desenvolvimento social e económico

A afirmação de que as “mulheres continuam a ser o recurso mais subutilizado do Mundo” conduz o debate sobre a igualdade de género para os planos da participação política e económica das mulheres e aponta caminho para observarmos os impactos da igualdade de género sobre a coesão social e o desenvolvimento económico nos países.

Quer nos Estados Unidos, quer na Europa existem muitos estudos que concluem que o investimento na igualdade de género e em women´s empowerment tem impactos sociais e económicos positivos nos países. Apenas a título de exemplo, algumas pesquisas demonstram que empresas lideradas por mulheres registam taxas de crescimento anual superiores às lideradas por homens; que o aumento da igualdade de género está correlacionado com a diminuição da pobreza; que menor discriminação de género no trabalho se traduz em maior produtividade; que o aumento do número mulheres em cargos de liderança tem impacto positivo no desempenho das empresas.

A realidade em Portugal é bem ilustrativa da afirmação de Hillary Clinton. Apesar termos uma taxa mais elevada que a da União Europeia (e quase igual à da Suécia, por exemplo) de mulheres com diploma superior (em comparação com os homens), o número de mulheres nos conselhos de administração das empresas cotadas em Bolsa em Portugal é 50% inferior à média europeia (9% e 20%, respectivamente), não temos (nem nunca tivemos) mulheres a liderar o Banco de Portugal, o Conselho Económico e Social, o Tribunal de Contas, o Tribunal Constitucional, o Governo, a Presidência da República, apenas para dar alguns exemplos de liderança nos planos político e económico.

A discussão, hoje, já não pode ser sobre a percentagem de mulheres nos órgãos, unidades, gabinetes das organizações sociais, económicas, políticas; a questão central, hoje, é sobre quantas mulheres lideram estas organizações, não porque as mulheres tenham um qualquer direito inalienável a liderar, mas porque são (pelo menos) tão qualificadas e tão capacitadas como os homens para a liderança e, assim, contribuírem positivamente para o desenvolvimento social e económico do país.

E é este o caminho que o PS deve trilhar nos próximos anos, investir na igualdade de género e em políticas públicas promotoras de maior partilha efetiva de poder entre homens e mulheres, não apenas porque a igualdade é um direito fundamental, mas também porque igualdade significa coesão social e desenvolvimento económico.