home

Governo socialista avança com requalificação do Conservatório Nacional

Governo socialista avança com requalificação do Conservatório Nacional

Ao avançar com a requalificação da Escola de Dança e Música do Conservatório Nacional – obra orçada em 9,2 milhões de euros até 2020 – o Governo socialista honra mais um compromisso assumido na área da educação e da cultura.

Notícia publicada por:

Governo socialista avança com requalificação do Conservatório Nacional

Na cerimónia de lançamento deste projeto de requalificação, o primeiro-ministro sublinhou a importância de avançar com estas obras, há muito necessárias, frisando que o ensino não existe apenas para formar pessoas para o mercado de trabalho, mas também cidadãos ativos na vida democrática e cultural.

Neste sentido, António Costa lembrou a sua passagem pelo Conservatório, apontando para a necessidade de alargar os horizontes dos alunos e desenvolver as sensibilidades com potencial.

“Foi a escola onde fui mais feliz e estou aqui a pagar essa dívida”, disse o líder do Executivo, sublinhando que, com a frequência do Conservatório, “nem todos nos tornamos músicos, bailarinos, mas todos ganhamos uma sensibilidade e uma aprendizagem para o valor da música e da dança absolutamente essencial”.

Refira-se que o Conservatório Nacional, instalado no antigo Convento dos Caetanos, do século XVII, no Bairro Alto, vai ter obras de recuperação no valor de 9,2 milhões de euros, durante os próximos dois anos, de acordo com a portaria publicada em Diário da República.

Há vários anos que a direção do Conservatório reclamava obras profundas no edifício do antigo Convento dos Caetanos, com vários problemas de degradação a acentuarem-se, sobretudo no Inverno, e que foram colmatados provisoriamente com intervenções pontuais no edifício.

Há dois anos, durante uma visita à escola, o ministro da Educação disse que o Conservatório era uma das prioridades do Executivo liderado por António Costa, tendo garantido a calendarização de obras e a respetiva orçamentação da despesa.

Hoje, Tiago Brandão Rodrigues afirmou esperar regressar “noutra condição” à Escola de Dança e Música do Conservatório Nacional, dentro de dois anos, para ver as obras de requalificação concluídas e “como este edifício tem uma vida nova, por muitas e muitas décadas”.

Juntar paciência à excelência e à exigência

Na ocasião, o titular da pasta da Educação aproveitou para evocar o “peso e o legado” da instituição com quase dois séculos de existência, na qual se sente a “resiliência” da escola, mas também “a exigência e a excelência” dos projetos artísticos.

A este propósito, recordou a existência já de outras quatro escolas públicas de música – em Braga, Porto, Aveiro e Coimbra – e sublinhou a abertura, pela primeira vez, no próximo ano letivo, abaixo da linha do Tejo, de um novo conservatório, em Loulé, “algo que é absolutamente fundamental, numa região que em termos de ensino artístico não existia”.

O anúncio deste novo conservatório, no Algarve, foi feito em maio e assinalado com uma cerimónia pública de assinatura de um protocolo entre o Governo e a autarquia local, a estabelecer a sua criação.

Dirigindo-se aos alunos, Brandão Rodrigues pediu-lhes que juntassem, à excelência e à exigência, a “paciência”.

“Hoje foi assinada a portaria de extensão de encargos, nos próximos dias será lançado o concurso para a empreitada internacional, mas durante os próximos dois anos terão que estar fora daqui, deste vosso edifício, porque os sons da dança, os sons da música não se compaginam muito bem com os sons das obras e, por isso, é importante poderem ir para outra escola e terem lá funcionalmente aquilo que merecem”, afirmou.

Crescer e ter mais salas, mais estúdios e nova cantina

O Conservatório Nacional de Música, atual Escola de Música do Conservatório Nacional, foi criado em 1835, por iniciativa do compositor João Domingos Bomtempo, após o fecho do Seminário da Patriarcal, em 1834.

Em 1836, juntou-se ao Conservatório Nacional de Arte Dramática, criado por Almeida Garrett, no âmbito da reforma do ensino do Governo liberal.

Com as obras de requalificação agora lançadas, o Conservatório vai crescer em altura e ganhar uma ala inteiramente nova, com mais salas, uma nova cantina e um novo estúdio de dança, de acordo com o projeto de reabilitação do edifício, hoje apresentado.

Está ainda previsto a criação de um sistema de aquecimento, um sistema elétrico novo, o reforço da estrutura e a manutenção das áreas mais importantes, como os átrios, a biblioteca e o salão nobre, tal como estão, mas recuperados.

O espaço interior é o que será mais alterado, com alas inteiramente deitadas abaixo, criando espaços abertos em algumas zonas e redimensionado salas de aulas, noutras, sendo que algumas salas de música ficarão mais pequenas do que atualmente.