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Governo quer contratar 5 mil doutorados

Governo quer contratar 5 mil doutorados

A aposta na contratação de mais cinco mil investigadores doutorados implicará um investimento que poderá chegar a 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2020, admitiu o primeiro-ministro ao passar em revista as metas do Governo para o próximo triénio.

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Governo quer contratar 5 mil doutorados

António Costa falava no encerramento da conferência “Sobre o futuro da ciência em Portugal”, no Fórum Picoas, em Lisboa, numa ocasião em que citou o antigo Presidente da República, Mário Soares, sobre a importância do objetivo do desenvolvimento científico no país e em que também referiu o trabalho do falecido ministro Mariano Gago ao longo da sua carreira académica e política.

Entre os desígnios do Executivo socialista, o governante advogou que só com a garantia de condições de estabilidade laboral na ciência “é possível registar-se um aumento da produção científica em Portugal”.

Assim sendo, o objetivo do Governo, com o programa de estímulo ao emprego científico, é o de contratar “cinco mil investigadores doutorados até 2019, o que dará um forte impulso à atividade científica nacional”.

Por outro lado, a estratégia passará também pelo reforço da ligação entre as instituições científicas e o tecido empresarial, até porque, sublinhou, “É essencial voltar a estimular as relações colaborativas entre as instituições de Ensino Superior e o mundo empresarial”, sustentou.

Um segundo ponto do discurso de António Costa relacionou-se com a defesa da ideia de que o défice de qualificações “é o principal bloqueio estrutural para um maior crescimento”.

António Costa defendeu que “para sermos mais competitivos, é imprescindível aumentarmos as qualificações de nível superior e intensificar o investimento em investigação e desenvolvimento, que sofreu uma importante quebra nos últimos anos”.

“O Governo assume como objetivos, até 2020, o aumento para 40% da percentagem de diplomados na faixa etária dos 30 aos 34 anos, bem como o reforço do investimento em investigação e desenvolvimento em percentagem do produto, alcançando uma intensidade entre 2,7 e 3,3%, o que colocará Portugal ao nível da média europeia”, avançou.

Nesta ordem de ideias, o primeiro-ministro adiantou um conjunto de medidas tomadas pelo Governo: aumento dos apoios para alargamento da base social de ingresso ao ensino superior, devolução da confiança às instituições científicas, garantindo condições de previsibilidade e de sustentabilidade financeira, desbloqueios em sede de Orçamento de Estado para contratação docente, desenvolvimento de uma política sólida de reforço de emprego científico.

O Primeiro-Ministro referiu ainda outros programas já no terreno, como o Indústria 4.0, o Startup Portugal e também o programa INCoDe.

Desígnio nacional

Antes do discurso de António Costa, a sessão foi aberta pelo ministro da Ciência, que definiu entre as principais prioridades do Governo a “abertura da base social de acesso ao conhecimento, a internacionalização das instituições científicas nacionais e o alargamento do número de investigadores no topo do sistema científico português”.

Tal como o primeiro-ministro, também Manuel Heitor citou Mário Soares para defender a ideia de que a ciência tem de constituir um desígnio nacional.

“Precisamos de reforçar a corresponsabilização dos setores público e privado, através da aposta em laboratórios colaborativos”, afirmou, acrescentando que “os desafios estão aí e não esperam por nós” no que toca, nomeadamente ao quadro global de competitividade na ciência.