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Governo quer atrair jovens investigadores

Governo quer atrair jovens investigadores

Atrair “jovens investigadores e com isso rejuvenescer os nossos corpos de docentes e de investigadores, é o desafio para a próxima década”, considera o ministro Manuel Heitor.

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O desafio que se coloca ao país para “a próxima década” passa pelo “desenvolvimento das carreiras, juntamente com um quadro dinâmico e muito competitivo de contratação inicial que vá de três a seis anos e que deve estar sempre em evolução face àquilo que é o contexto europeu, de forma a que possamos ter melhor capacidade de atração de jovens investigadores e com isso rejuvenescer os nossos corpos de docentes e de investigadores”, afirmou o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.

A declaração do ministro foi proferida na sessão de abertura da segunda sessão da convenção do Ensino Superior, organizada pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), que se realizou na passada sexta-feira, dia 15, na Universidade de Aveiro.

No seu discurso, o governante referiu que o número de estudantes estrangeiros a estudar em Portugal aumentou cerca de 48% nos últimos três anos, sendo que, segundo Manuel Heitor, este processo “tem que ser reforçado através da articulação entre a atividade de ensino e investigação, em todas as áreas do conhecimento”.

Para o ministro, a contratação de investigadores e docentes de outras origens, sendo uma prática que já se encontra “bem endogeneizada” em algumas escolas, também carece de ser desenvolvida e aprofundada a nível nacional.

O titular da pasta da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior sublinhou que 2018 “foi o melhor ano da participação portuguesa nos programas europeus” ao captar mais de 150 milhões de euros de financiamento.

“Estes números dão-nos a ambição de fazer mais e de conseguir no próximo Quadro duplicar a participação portuguesa”, tornando-se, para isso, necessário “profissionalizar os sistemas de relacionamento com a Europa, articular os vários mecanismos de financiamento nacionais e comunitários e simplificar esses processos”, referiu o governante.

Simplificar candidaturas a fundos comunitários

Por seu lado, o ministro do Planeamento, Nelson de Souza, anunciou a criação de um grupo de trabalho com vista a estudar formas de simplificar os processos de candidatura das instituições de Investigação e Desenvolvimento (I&D) aos fundos comunitários.

“Nós não queremos mais papéis, mas queremos mais resultados que possam ser traduzidos em coisas concretas para a economia e para a sociedade”, referiu Nelson de Souza, por ocasião do encerramento da mesma Convenção do Ensino Superior, realizada na Universidade de Aveiro.

“O objetivo é propor novos formulários de candidatura, que reduzam de uma forma significativa a quantidade de informação prestada, e introduzam alterações ao processo de análise e acompanhamento de candidaturas, incluindo a racionalização da intervenção de peritos, segmentando essa exigência de acordo com a natureza, a complexidade e a dimensão dos projetos”, especificou o ministro.

O grupo de trabalho deverá apresentar soluções no prazo de quatro meses e terá um “forte empenhamento político”, desde logo, por ser constituído pelos ministros Adjunto e da Economia, do Planeamento e, também, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e contará, ainda, com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e com o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos.

“Nós precisamos do setor do ensino superior para utilizar como instrumento de desenvolvimento económico, não só da internacionalização, mas também como elemento de combate à desertificação e ao desequilíbrio regional”, salientou Nelson Souza.