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Governo PS mantém-se fiel a uma agenda de progresso sustentável

Governo PS mantém-se fiel a uma agenda de progresso sustentável

“O exercício legal dos direitos laborais dos trabalhadores faz parte da democracia e é até mutas vezes sinal de vitalidade", considera Vieira da Silva. Todavia, o ministro diz que diálogo social não é sinónimo de abdicação.

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Governo PS mantém-se fiel a uma agenda de progresso sustentável

“Não podemos confundir rigor e exigência com arrogância. Arrogância seria considerar, só porque estamos próximos de eleições, que poderíamos ter uma política que não respeitava regras essenciais para que Portugal possa ter sucesso”, afirmou o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva.

Em declarações proferidas à margem da conferência “Posso eu mudar o meu futuro?”, que antecedeu a abertura formal dos trabalhos do Congresso do Partido Socialista Europeu (PES), que decorre hoje e amanhã, em Lisboa, o ministro referiu que “essa afirmação [sobre a arrogância do Governo] desmente outra que ouvimos de que o Governo está a seguir uma política eleitoralista”.

“O Governo mantém-se fiel a uma agenda de progresso sustentável e as ambições do PS antes das eleições são as de continuar a governar Portugal o melhor possível. Os resultados que temos alcançados são importantes em matéria de emprego, investimento externo, exportações, equilíbrio orçamental – e esta semana ficámos a saber que houve progressos sociais muito significativos com a maior taxa de redução da pobreza desde que existe uma série europeia”, referiu o governante.

Por outro lado, “a conflitualidade não é necessariamente um sinal de crise, nem a apatia social é um sinal de progresso. O exercício legal dos direitos laborais dos trabalhadores faz parte da democracia e é até mutas vezes sinal de vitalidade”, disse o ministro, referindo-se às greves existentes no país.

O Governo compreende “que, após um período longo de restrições, as pessoas tenham agora expectativas de melhorias nas suas condições de trabalho” e tem “consciência de que alguns desses conflitos estão a gerar um custo pesado para uma parte dos portugueses – em alguns casos custos significativos”, afirmou Vieira da Silva.

Relativamente às consequências das greves, Vieira da Silva disse que o Governo está a tentar “minimizar os efeitos dos conflitos, procurando que possam ser ultrapassados”.

“Julgo que a experiência histórica mostra que as fases finais das legislaturas são períodos em que diferentes atores procuram valorizar as suas posições”, afirmou.

Crise política na Europa

Ainda à margem da conferência, Vieira da Silva referiu que a atual crise política atinge não apenas a social-democracia europeia, mas também a família política democrata-cristã.

De acordo com Vieira da Silva, “todas as famílias políticas europeias sofreram com o impacto da crise”. “Verificamos isso em vários Estados-membros da União Europeia, olhando para a Alemanha ou para a Espanha. As duas correntes principais têm dificuldades de afirmação pelo aparecimento em vários países de movimentos extremistas ou eurocéticos”, considerou.

A social-democracia europeia “está bem consciente que algumas das políticas seguidas em resposta à crise mundial de 2018 não foram as melhores”, admitiu o governante, acrescentando que é necessário “encontrar políticas mais equilibradas, indo mais ao encontro daquilo que os cidadãos sentem”.

Combater o populismo e o nacionalismo

Na sua intervenção inicial na conferência, Vieira da Silva afirmou que os socialistas europeus estão a travar uma batalha “contra nacionalistas, populistas e eurocéticos” que propagandeiam “uma mensagem de medo em relação ao futuro”.

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, considera que o principal desafio que se coloca atualmente aos socialistas europeus é a “reinvenção” do modelo de regulação do trabalho perante mudanças tecnológicas e o inimigo é o medo explorado pelas correntes nacionalistas.

“Os mais jovens não sabem se terão as mesmas oportunidades que a atual geração. É isso que está a reforçar os populistas e a extrema-direita na Europa”, alertou.

Para Vieira da Silva, os socialistas europeus cometeram o erro de privilegiar o mercado no quadro das suas políticas e só posteriormente introduzirem medidas sociais, quando as políticas de governação devem “possuir sempre uma dimensão social” em todas as áreas.

“Perante tremendas mudanças ao nível tecnológico, penso que o principal desafio dos socialistas europeus é o de reinventar a regulação do mercado de trabalho”, defendeu o ministro.

O governante referiu-se às consequências negativas das políticas de austeridade implementadas em diversos países da Europa e destacou a estratégia do Governo do PS em adotar uma alternativa com uma “nova combinação entre políticas sociais e fiscais”.

“Trabalho, salário e proteção social é o triangulo fundamental na nossa ação”, sublinhou Vieira da Silva.