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Governo destruiu 416 mil empregos em 4 anos

Governo destruiu 416 mil empregos em 4 anos

Desde que o atual Governo iniciou funções, no verão de 2011, foram destruídos mais de 400 mil postos de trabalho. Trocar as voltas à realidade e aos números, como tem feito com enorme desfaçatez o primeiro-ministro, é estar a encobrir o drama que atinge hoje mais de 700 mil desempregados.

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Os números são eloquentes: quando o Governo PSD/CDS tomou posse, no final do segundo trimestre de 2011, o número total de pessoas com emprego era de 4,893 milhões, número que baixou agora, no primeiro trimestre de 2015, para 4,477 milhões.

Como fica claro, este Governo de direita destruiu, em apenas quatro anos, mais de 416 mil postos de trabalho. Uma tragédia e “um completo desastre”, como o qualifica o eurodeputado socialista Pedro Silva Pereira, num artigo de opinião publicado no Diário Económico hoje.

Depois de afirmar que o primeiro-ministro mentiu no Parlamento, quando se arvorou em responsável pela criação de 130 mil postos de trabalho nos últimos oito trimestres , “numa tentativa para desviar as atenções do novo aumento da taxa de desemprego” e fingindo ignorar a “brutal destruição líquida de emprego”, Silva Pereira, acusou Passos Coelho de andar “baralhado” em relação à realidade.

A este propósito lembrou os dados do INE, que vêm confirmar que a taxa de desemprego em Portugal subiu no primeiro trimestre deste ano para 13,7%, o que equivale a mais de 720 mil desempregados.

Pedro Silva Pereira diz que o primeiro-ministro foi ao debate quinzenal iludir a realidade com a “espantosa” alegação de que nos últimos oito trimestres foram criados 130 mil empregos.

Uma afirmação que não só não é corroborada pelos dados do INE, como vem demonstrar que Passos Coelho anda confundido.

O primeiro-ministro anda baralhado

Quando se quer avaliar a dinâmica de criação de emprego numa economia, lembra o eurodeputado socialista, o que conta é a criação líquida de emprego, ou seja, “o saldo que resulta do número total de empregos criados e o número total de empregos destruídos”.

Comparar, como fez Passos Coelho no Parlamento, o emprego destruído no primeiro trimestre de 2013, fruto da estratégia de empobrecimento e da política de austeridade que o Governo português abraçou “além da troica”, em que o volume de emprego na economia nacional atingiu o seu ponto mais baixo de sempre, com a pequena recuperação líquida nestes últimos oito trimestres, que, ao contrário do que disse o primeiro-ministro, não foi de 130 mil mas apenas de 44 mil empregos,vem provar o que há muito já se sabia: que o primeiro-ministro Passos Coelho se não anda mal informado anda, pelo menos, baralhado”.

Só entre janeiro e março de 2015, e em comparação com o trimestre anterior, a economia portuguesa perdeu mais de 14 mil empregos. A taxa de desemprego atual está ao nível das registadas em julho do ano passado.

Só nos últimos seis meses foram destruídos cerca de 88 mil empregos, atingindo, desde o início da atividade do atual Governo, mais de 400 mil postos de trabalho.

Mas é sobretudo nos jovens que o fenómeno do desemprego atinge níveis mais preocupantes, com a taxa a atingir 35%, o que corresponde a mais de 133 mil jovens sem trabalho.

Números que seriam bastante mais elevados, caso o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) não tivesse ocupados cerca de 160 mil jovens em programas de emprego e formação profissional e que, deste modo, não entram nas estatísticas do desemprego.

Também o Secretário-geral do PS tem vindo a falar sobre a subida do desemprego em Portugal, defendendo tratar-se do reflexo da forma “sintomática” como o Governo tem gerido o país, mostrando uma total incapacidade para romper com as políticas de austeridade “impedindo” assim a economia de respirar.

Inverter o cenário caótico em que nestes últimos quatro anos Passos Coelho e o seu Governo mergulharam o emprego em Portugal só será possível, defende António Costa, virando a página da austeridade, permitindo à economia voltar a crescer de forma sustentável gerando emprego de qualidade. Cenário que para o líder socialista só será possível “mudando de políticas e de Governo”.