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Gerir bem é gerir de forma sustentável

Gerir bem é gerir de forma sustentável

O PS tem a responsabilidade de defender a escola pública, a educação, os profissionais docentes e combater a precariedade nesta profissão, criando melhores condições para o exercício da atividade e para o sucesso escolar ao longo da vida, mas tem de fazer tudo de forma sustentável. Foi esta a mensagem central da intervenção de Porfírio Silva, durante a quarta sessão do ciclo “Encontro Nacional de Socialistas na Educação”, realizada em Lisboa.

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Gerir bem é gerir de forma sustentável

No discurso de abertura, no qual se propôs apresentar “um olhar socialista sobre a educação no momento atual”, o membro da Comissão Permanente do PS afirmou que “ninguém quer voltar para trás no que está a ser feito” no setor da Educação em Portugal, até porque, disse, estão muito frescas na memória as políticas de austeridade a todo o custo que, também nesta área, a direita executou, com os impactos graves que se conhecem.
Mas, avisou o dirigente do PS, para alcançar esse objetivo, o Governo socialista precisa de continuar a gerir bem, atendendo às necessidades e especificidades da realidade nacional.
Começou, pois, por lembrar que muito se tem progredido em matéria educativa desde o começo do Portugal democrático, sem escamotear a evidente necessidade de manter o objetivo e redobrar a exigência.
Vincou de seguida que, atualmente, no nosso país, o ensino superior “é quase só para jovens”. “Mas não tem de ser nem deve ser assim”, defendeu, lembrando que, “num mundo em que o mercado de trabalho vai exigir, nomeadamente por causa da automatização, a capacidade de mudar o perfil de competências mais rapidamente, de modo a encontrar novos empregos”, torna-se vital “continuar a estudar e aprender até mais tarde na vida”.
Para Porfírio Silva, é fundamental manter a linha orientadora da estratégia de modernização social, também em matéria de qualificações, que os sucessivos executivos socialistas têm traçado e seguido, sem dar margem para que a direita volte a destruir “o rumo que agora estamos a refazer”.

“Não quero um governo de assembleia”
O responsável socialista disse também que o PS no Governo tem “uma estratégia global progressista, por uma escola de qualidade, exigente, focada na missão de escola a longo prazo”, mas não esquece a necessidade de manter um rumo de sustentabilidade financeira, na qual o Ministério das Finanças e o Ministério da Educação são parceiros.
E deixou claro que “só uma política sustentada no longo prazo, só uma política para perdurar é verdadeiramente uma política progressista e de esquerda”.
As políticas que se esgotam na procura de resultados eleitorais, não são de esquerda, mas sim “demagógicas”, apontou, pois não servem os interesses do país nem da educação.
Antes de focar as previsíveis consequências da instabilidade governativa para o setor, o dirigente do PS fez questão de deixar claro que “os debates da Educação não podem ser só sobre a condição dos profissionais”, embora deixasse expresso o compromisso socialista, no Governo e no Partido, com a valorização da profissão docente.
Alertando para os perigos de um retorno da direita ao poder e de uma nova investida contra o setor educativo, Porfírio Silva terminou a sua intervenção afirmando-se “apoiante da solução governativa” atual.
“Mas não quero um governo de assembleia”, vincou, assinalando o grande perigo residente nas “coligações negativas”, como aquela que abriu caminho à direita entre 2011 e 2014.
À esquerda deixou o alerta de que quem governa não pode deixar de olhar para a sustentabilidade financeira das políticas, nem dispõe de uma “máquina do tempo” que permita “viajar para o passado”.