home

Fixar a geração mais qualificada é a chave para a competitividade do país

Fixar a geração mais qualificada é a chave para a competitividade do país

As empresas têm de oferecer melhor emprego, sobretudo à geração mais jovem, para não perderem o comboio da competitividade, defendeu o Secretário-geral socialista e primeiro-ministro, António Costa, ontem à noite no jantar de Natal do Grupo Parlamentar do PS.

Notícia publicada por:

Igualdade 2017 – Novos Avanços

Intervindo ontem no jantar de Natal dos parlamentares socialistas, o líder do PS e primeiro-ministro, advertiu as entidades patronais de que o Governo continua a defender “como sempre defendeu” a concertação social e a negociação entre as partes, rejeitando contudo, como salientou, o “regateio social”, sustentando que se as empresas querem fixar a geração jovem mais qualificada terão de “oferecer melhores condições de trabalho” e melhores salários.

António Costa fez questão de lembrar às confederações patronais que a única forma de evitarem que os jovens portugueses qualificados troquem o mercado nacional pelo estrangeiro, é proporcionar-lhes, não só melhores salários, como “melhores oportunidades de trabalho”, abrindo assim também o leque de novas possibilidades às empresas portuguesas de se tornarem mais competitivas, também a nível internacional.

Para António Costa, uma coisa são as negociações, a troca de argumentos e de propostas em sede de concertação social, designadamente, sobre o salário mínimo nacional, outra bem diferente, como adiantou, é o “regateio social”, algo que o primeiro-ministro diz rejeitar, lembrando que o modelo que o Governo defende “não é o país dos baixos salários”, porque esse paradigma, salientou, “não tem futuro no século XXI”.

Apoiar as empresas

Para o líder socialista e primeiro-ministro, um orçamento amigo das empresas “não é o que baixa o IRC”, mas aquele que as apoia a fazer os investimentos que têm de fazer para poderem “inovar, modernizar-se e melhorar os seus recursos humanos”, sendo assim “mais produtivas e competitivas”.

As empresas, sustentou ainda António Costa, “têm de perceber o futuro em que vão participar”, estarem mais dentro da realidade do século XXI, e não insistirem em viver sobretudo “à custa de baixos salários”, garantindo que o OE/2018 é um instrumento fundamental também para ajudar as empresas a “terem mais capitais próprios e a dependerem menos da banca”.

Governo do PS

O Secretário-geral socialista quis ainda lembrar aos parlamentares do seu partido que este “é um Governo do PS” com marcas claras e evidentes do partido, embora seja também suportado, como fez questão de realçar, no Parlamento pelo BE, PCP e PEV, lembrando que desde que o PS assumiu há dois anos responsabilidades governativas, a presença de Portugal no euro “foi reforçada”, o país saiu do Procedimento por Défice Excessivo e conseguiu ainda que duas das três mais importantes agências de ‘rating’ tivessem retirado a economia portuguesa da “vergonhosa classificação de lixo”.

Resolver os problemas estruturais na floresta

Os incêndios florestais foi outro dos assuntos que o Secretário-geral do PS e primeiro-ministro levou ao jantar dos deputados socialistas, garantindo que o seu Governo está a “melhorar os meios de combate e de prevenção contra os incêndios”, recordando, contudo, que há ainda um longo e sinuoso caminho a percorrer.

Com efeito, e segundo António Costa, há “um pano de fundo” que é preciso continuar a ter em atenção e que passa, como alertou, pelo facto de o interior do país se ter “desvitalizado”, a floresta estar “fragmentada e desordenada” e de ter sido ainda vítima, “tal como o restante território nacional”, em consequência das alterações climáticas, de uma “seca que já dura há dois anos”.

Responder a este quadro, segundo o líder do PS, passa não só por se “avançar com as reformas necessárias”, nomeadamente com a realização de um “cadastro e com as entidades de gestão florestal”, como dotar o país de “um novo paradigma energético”.

Quanto ao trabalho de reconstrução que já está no terreno, após os incêndios florestais de junho e outubro, o líder socialista e primeiro-ministro elogiou “a notável capacidade de entreajuda existente na sociedade portuguesa”, não deixando contudo de alertar para o facto de “termos de continuar a ter a capacidade e a persistência” de levar até ao fim aquilo que tem de ser feito, “resolvidos os problemas estruturais na base dos quais estão as tragédias que vivemos”.