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Financiamento do Estado é essencial para não deixar a TAP “morrer”

Financiamento do Estado é essencial para não deixar a TAP “morrer”

“Falar, neste momento, de rotas com as finanças rotas da TAP é uma coisa que não faz muito sentido”, defendeu hoje o presidente do Partido Socialista, Carlos César, já que a transportadora aérea “está numa situação limite”.

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Financiamento do Estado é essencial para não deixar a TAP “morrer”

Para Carlos César, que falava no programa semanal da rádio TSF ‘Almoços Grátis’, é necessária “uma solução rápida e com conteúdo estratégico”, e frisou a “autorização da Comissão Europeia para o resgate da TAP com o empréstimo até 1,2 mil milhões, acompanhada de um plano estratégico de recuperação que garanta que a empresa é viável pelo menos por dez anos”.

O presidente do PS lembrou as declarações do ministro das Infraestruturas, quando disse que “ninguém quer uma TAP pequenina”, mas alertou que “também não podemos ter uma TAP sobredimensionada”.

Carlos César asseverou depois que não aceita a ideia de “emprestar ou ‘emprestadar’ mais de mil milhões” de euros e desejar “boa sorte” aos outros acionistas e aos gestores da transportadora aérea. “O Estado tem que estar por perto seja na comissão executiva, seja no conselho de administração com mais capacidades de acompanhamento financeiro”, salientou.

O dirigente socialista admitiu que “as negociações entre Estado e acionistas privados não são fáceis”, mas destacou que, para não deixar a TAP “morrer”, é preciso salvá-la com financiamento do Estado.

Evolução da pandemia não representa um problema grave

Carlos César focou-se depois no recuo do desconfinamento na área metropolitana de Lisboa, garantindo que “a evolução da pandemia no nosso país não representa uma inversão numa tendência que não estivesse prevista”.

Aliás, era claro que “se o confinamento fosse menor, havia evidentemente uma probabilidade elevada de o número de casos ser também ele maior”, apontou.

O presidente do Partido Socialista clarificou que “não estamos em presença de um percurso alarmante, ou sequer imprevisto”, e lembrou que os aumentos dos casos “são localizados”.

Carlos César defendeu que as medidas adotadas pelo Executivo foram adequadas e recordou que “o próprio líder da oposição [Rui Rio] manifestou concordância junto do primeiro-ministro” em relação às medidas de prevenção e combate a comportamentos desadequados durante o período de desconfinamento.

O presidente do PS deixou uma garantia: “Não podemos prolongar o isolamento do país por mais tempo, por isso o desconfinamento progressivo, mas imediato, é indispensável”.

Para que a economia e o funcionamento social sejam retomados, é necessário o “maior consenso possível”, disse Carlos César, que referiu depois que a planificação para o próximo ano letivo precisa apenas de “orientações claras e os meios orçamentais” disponíveis. “E o planeamento a este respeito está a ser feito com adequação e com proporcionalidade” por parte do Governo, frisou.

“Não há nem vazio nem qualquer atraso do ponto de vista do anúncio da planificação do próximo ano letivo”, assegurou o dirigente socialista, que lembrou que “o calendário escolar e o despacho onde costumam estar estas diretrizes saem sempre em julho”.

Carlos César admitiu que se poderá colocar a necessidade de contratação de mais pessoal, mas salientou que já há “verbas no Orçamento Suplementar que suprirão as necessidades no corrente ano e teremos certamente reforço, se necessário, das verbas em 2021”.

O Executivo já está a preparar com as câmaras municipais a remoção do amianto nas escolas públicas, tendo o Orçamento Suplementar “uma verba de 60 milhões de euros para esse efeito”, e o reforço dos novos recursos digitais tem destinados 400 milhões de euros.