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Ferry entre Portimão ao Funchal assegura também princípio da continuidade territorial

Ferry entre Portimão ao Funchal assegura também princípio da continuidade territorial

As ligações regulares por ferry entre o Continente e a Região Autónoma da Madeira, para além de criarem uma boa alternativa ao meio aéreo, asseguram e reforçam o “princípio da continuidade territorial”, defendeu em Portimão a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.

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Ferry entre Portimão ao Funchal assegura também princípio da continuidade territorial

Falando ontem em Portimão na cerimónia de boas-vindas ao navio que começou a fazer a ligação semanal entre aquela cidade algarvia e o Funchal, durante os meses de verão, a ministra Ana Paula Vitorino defendeu que esta iniciativa assume um caráter de grande importância não só porque “assegura a continuidade territorial” como cria uma boa alterativa ao transporte aéreo, sobretudo nos meses de verão, quando o congestionamento nos aeroportos e os constantes atrasos nos voos criam grandes perturbações nas deslocações das pessoas.

Mostrando-se otimista que esta ligação por ferry entre Portimão e o Funchal, que é fruto, como lembrou a ministra Ana Paula Vitorino, do “trabalho conjunto entre o Ministério do Mar e o Governo Regional da Madeira”, que atualmente está programada para que se realize nos próximos três anos apenas durante os meses de verão, com 12 viagens de ida e volta anuais, possa muito em breve ser também estendida aos meses de inverno, garantindo que a intenção do Governo é que este serviço possa de futuro ter uma frequência superior a uma ligação semanal.

A ministra destacou ainda o papel decisivo que outras entidades, para além do Ministério do Mar e do Governo Regional da Madeira, tiveram para que esta iniciativa pudesse conhecer a luz do dia, destacando as administrações dos portos de Sines e do Algarve, a Câmara Municipal de Portimão e o Grupo Sousa, que opera o navio através da Empresa de Navegação Madeirense.

Captura da sardinha

À margem desta cerimónia de boas-vindas do ferry que faz as ligações entre Portimão e o Funchal, a ministra do Mar recordou que o Governo está a fazer um “trabalho muito profundo” para conciliar e encontrar um ponto de equilíbrio entre dois objetivos, “manter a captura elevada da sardinha e a sustentabilidade da espécie”, assumindo que a sardinha na costa portuguesa “tem vindo a diminuir paulatinamente”, havendo por isso, como referiu, a necessidade de garantir que as capturas devem ser feitas “dentro dos limites que permitam que se continue a ter sardinhas no futuro”.

Para a ministra Ana Paula Vitorino, a recomendação do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES) “peca por excesso”, quando sustenta que a solução a adotar em 2019 deve ser a “pesca zero”, ou seja, aconselha à total proibição da pesca da sardinha em 2019 em Portugal e em Espanha, tese de que a governante diz discordar, afirmando não haver nenhuma razão para que se recorra a uma quota zero na pesca da sardinha, contestando o ICES por não apresentar nenhuma informação científica que justifique a sua posição.

Pelo contrário, disse ainda a ministra da Mar, o Governo defende “tal como no ano passado” que não há necessidade de adotar a pesca zero da sardinha, sustentando que existem “todas as condições” para se estabelecer uma quota para uma captura mais baixa do que a verificada este ano e “com medidas de gestão dos stocks mais profundas”.

É sobre este canário e não outro, acrescentou ainda a ministra Ana Paula Vitorino, que Portugal e Espanha estão a “trabalhar em conjunto” e em contacto com a Comissão Europeia, para demonstrar que “existem razões sociais, mas também económicas” que levam a que os indicadores de preservação da espécie “sejam tão exigentes como os apontados pelo ICES”.