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Fazer 95 anos é “uma coisa sempre rara e difícil de assumir”

Fazer 95 anos é “uma coisa sempre rara e difícil de assumir”

O ensaísta e filósofo Eduardo Lourenço completou, no passado dia 23 de maio, 95 anos. Uma idade que, na opinião do ministro da Cultura, “dá a todos a certeza de que é possível ser-se grande em todos os momentos”.

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Fazer 95 anos é “uma coisa sempre rara e difícil de assumir”

O ensaísta e pensador português Eduardo Lourenço completou há dois dias 95 anos de idade. O ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, a propósito desta data particular, dirigiu uma carta ao filósofo e pensador, enaltecendo a sua “noção de liberdade e de lucidez” no que escreve e por “obrigar à reflexão sobre ser-se português”.

Para o titular da pasta da Cultura, de entre as inúmeras qualidades intelectuais e pessoais de Eduardo Lourenço, o destaque vai para a sua grande noção de liberdade, mas também de “ironia” com que “aborda os assuntos mais sérios”, salientando Luís Filipe Castro Mendes a lucidez “patente no que escreve e no que diz” e que “nos obriga a refletir em profundidade sobre nós portugueses e sobre nós enquanto cidadãos do mundo”.

De entre os vários eventos realizados para comemorar o aniversário do ensaísta e filósofo, a RTP1 exibiu em antestreia no passado dia 23 de maio, em horário nobre, o documentário “O Labirinto da Saudade”, realizado e adaptado por Miguel Gonçalves Mendes, sobre a obra homónima do próprio Eduardo Lourenço, que transporta os espetadores por uma enorme viagem pela cabeça do pensador português. Um trabalho que teve ontem, quinta-feira, a sua estreia oficial nas salas de cinema nacionais.

A propósito da exibição deste documentário, o “Labirinto da Saudade”, onde o filósofo e ensaísta é o protagonista e o narrador da sua própria história, Eduardo Lourenço, depois de ter admitido que esta escolha da televisão pública o deixou “muito feliz” e de ter sido uma “excelente homenagem” e um “bom presente de aniversário”, não deixou, contudo, de acrescentar que para ele fazer 95 anos “é uma coisa sempre rara e difícil de assumir, porque é o princípio do fim”, desdramatizando quando acrescentou que “todos nós estamos confrontados com essa exigência”, garantindo não encarar a morte como uma “coisa trágica”.