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Fator diferenciador do futuro está na competência e qualificação

Fator diferenciador do futuro está na competência e qualificação

O Secretário-geral do PS, António Costa, esteve na Convenção sobre Sociedade Digital, realizada este sábado, em Braga, onde apontou as principais linhas orientadoras estratégicas do programa eleitoral que será sufragado nas eleições legislativas.

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Fator diferenciador do futuro está na competência e qualificação

O Secretário-geral participou na Convenção dedicada à temática ‘Sociedade Digital’, que teve lugar no passado sábado, dia 6, em Braga. Com a realização deste encontro, ficou concluído o ciclo de convenções temáticas sobre os quatro grandes desafios estratégicos identificados pelo PS e que estão na base do programa eleitoral em construção para as legislativas de outubro próximo: o combate às desigualdades, as alterações climáticas, a demografia e a sociedade digital.

Neste encontro, dedicado à transição para a sociedade digital, o líder socialista começou por fazer um breve balanço sobre a legislatura que está prestes a terminar.

“Este balanço é importante fazer porque não podemos aceitar a ideia de que nada aconteceu nestes quatro anos para além da redução do défice”, disse.

Para António Costa, os bons resultados e o êxito alcançado devem-se ao “facto de termos preparado bem estes quatro anos de governação”. 

“Começámos por aprovar a Agenda para a Década até 2024, que definiu os grandes objetivos do país que devia mobilizar e concentrar uma visão de médio e longo prazo; apresentámos o cenário macroeconómico para estes quatro anos, para sabermos bem o que é que podíamos assumir como compromissos; e, finalmente, fizemos um debate muito alargado para a construção do programa do Governo”, lembrou.

O Secretário-geral socialista salientou a seriedade e o sentido de responsabilidade que presidiram às políticas apresentadas ao país e aos compromissos assumidos com os portugueses.

“Se hoje podemos dizer que cumprimos aquilo que nos comprometemos a fazer, porque só nos comprometemos a fazer aquilo que, efetivamente, podíamos fazer”, disse António Costa, lembrando os três grandes objetivos então assumidos pelo Governo: “Mais crescimento, melhor emprego e maior igualdade”.

O líder socialista identificou, depois, os quatro grandes objetivos definidos para a boa governação, para a qual é fundamental reforçar a democracia, ter contas certas, investir na qualidade dos serviços públicos e, também, valorizar as funções de soberania.

Mais qualificação e melhores competências

Relativamente à transição para a Sociedade Digital, enquanto “tema-chave” programático, o chefe do Governo do PS identificou quatro linhas estratégicas: competências digitais, formação e ciência; futuro do trabalho e proteção social na mudança; economia 4.0; e modernizar a administração pública.

O Secretário-geral salientou a necessidade e vantagens de aumentar as qualificações dos portugueses, sendo que, para isso, disse, “é necessário que haja investimento na ciência e na formação”.

A Sociedade Digital coloca desafios, mas também cria novas oportunidades, para as quais devemos estar capacitados, pois, como salientou António Costa, “se nós queremos estar aptos para aproveitar as oportunidades da sociedade digital, temos de ter mais pessoas com melhores competências”.

Porém, “se não queremos que a sociedade digital seja uma nova fonte de acentuação das desigualdades, então temos de resolver um problema geracional”, disse, referindo-se ao facto de, como antes revelou, apenas 25% dos portugueses no segmento etário 55-65 anos possuírem aptidões digitais básicas.

O Secretário-geral do PS referiu, ainda, que a captação de investimento estrangeiro deve ser conseguida não pela prática de baixos salários, mas antes pelas qualificações.

É importante que “todos os políticos se convençam de que o fator diferenciador do futuro não são os baixos salários, mas as melhores qualificações”, afirmou António Costa.

“A sociedade portuguesa não pode voltar a acreditar nessa ideia absurda de que temos licenciados a mais e de que não vale a pena investir na educação. Vale a pena investir na educação e na qualificação dos nossos recursos humanos”, acentuou.

O programa Simplex, “que em boa hora foi recuperado” e que tem vindo a ser desenvolvido pelo atual Governo socialista, é, para António Costa, um bom exemplo de modernização administrativa e que permitiu que Portugal seja hoje “um dos países europeus mais bem avaliado quanto à aplicação e qualidade dos serviços digitais” na administração pública.

“A regulação das novas formas de trabalho” foi outra matéria que António Costa abordou, indicando, como bom exemplo, o regime jurídico da atividade de transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaraterizados a partir de plataforma eletrónica, em que Portugal foi pioneiro ao ser o primeiro país europeu a regular esta nova atividade.

Fomentar uma economia que aposte mais na inovação, foi outra linha estratégica avançada pelo Secretário-geral do PS, que recordou o aumento do investimento de 35% no setor da I&D, nomeadamente o investimento de 800 milhões de euros efetuado no programa Interface e o incentivo ao empreendedorismo que se traduziu na criação de 2700 startups.

Apesar do sucesso das políticas e dos excelentes resultados alcançados, “temos ainda muito caminho para andar. E é precisamente por termos a consciência de que há muito caminho para andar, mas que há a vontade e a necessidade e a capacidade de continuarmos por esse caminho, que hoje estamos aqui para ajudar a definir o que é que nos próximos quatro anos queremos mesmo fazer, e vamos fazer”, concluiu António Costa.