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Europa precisa arrumar a casa antes de pensar em alargamento

Europa precisa arrumar a casa antes de pensar em alargamento

O bloco comunitário precisa de “arrumar a casa” antes de negociar a adesão dos países dos Balcãs Ocidentais, defendeu o primeiro-ministro português, em Sófia, considerando que o alargamento da União Europeia não está na ordem do dia.

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Europa precisa arrumar a casa antes de pensar em alargamento

“É preciso sermos realistas: não se convida um amigo para casa sem primeiro arrumarmos a casa e há muito trabalho de casa a fazer na União Europeia”, respondeu António Costa, quando questionado sobre o alargamento aos Balcãs Ocidentais.
Em declarações aos jornalistas, durante a Cimeira União Europeia-Balcãs Ocidentais, em Sófia, António Costa vincou que, neste momento, está “aberto um grande debate sobre o futuro da Europa”.
“Em junho, vamos ter um teste muito importante sobre a capacidade de tomar decisões sobre a reforma da União Económica e Monetária, que é essencial”, apontou o governante português, reforçando a ideia de que, antes de convidar novos países para integrar a União, é fundamental “consolidar aquele que foi o projeto mais ambicioso até agora lançado”.
Segundo António Costa, num momento em que a Europa está “tão dividida na discussão do próximo quadro financeiro plurianual” (orçamento comunitário), “não pode convidar outros para o bloco comunitário”.
“Primeiro temos de arrumar a nossa casa para podermos receber os outros com todo o respeito e dignidade com que somos recebidos em casa própria”, finalizou.
O primeiro-ministro português destacou igualmente a importância do dossiê da conectividade na aproximação dos Balcãs Ocidentais à UE. “Reforçando a conectividade na energia, nos transportes e no digital ficamos, com certeza, mais próximos”, frisou.
Refira-se que na cimeira de hoje, a primeira do género dos últimos 15 anos, os chefes de Estado e Governo reafirmaram, perante os dirigentes de Albânia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia, Montenegro, Antiga República Jugoslava da Macedónia e Kosovo, “o compromisso da UE para com os seus parceiros dos Balcãs Ocidentais” e reiteraram “a pertença da região à família europeia”.