home

Estamos todos a trabalhar nos limites

Estamos todos a trabalhar nos limites

Numa entrevista dada este sábado a jornal Expresso, o líder da bancada do Partido Socialista, Carlos César, reconhece que nestes primeiros seis meses o Governo tem trabalhado nos limites, mesmo com a União Europeia, garantindo que não têm existido “áreas de conflito” com os partidos que apoiam o Executivo.

Notícia publicada por:

Carlos César formaliza recandidatura a presidente do PS

Para Carlos César, o Governo liderado por António Costa tem trabalhado nos limites para garantir “zonas de convergência” com os restantes partidos que apoiam parlamentarmente o Executivo socialista, assumindo que todos os parceiros da maioria envolvidos neste projeto têm “esticado a corda” para recuperar os rendimentos das famílias e empreender a recapitalização das empresas.

Reconhecendo que a maior dificuldade que o PS enfrentou perante os partidos que hoje apoiam o Executivo aconteceu antes da aprovação do programa de Governo e dos documentos que se seguiram, os programas Nacional de Reformas e de Estabilidade, Carlos César lembra que foi esse debate sério estabelecido entre todos, que acabou por proporcionar e “fomentar” o actual clima de estabilidade.

Quanto à eventual circunstância de temas como a Europa, a banca ou a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos poderem ameaçar os acordos à esquerda, o líder parlamentar do PS diz estar consciente das diferentes prespetivas de cada um, garantindo contudo que não vislumbrar no horizonte qualquer razão que possa por em causa a atual coesão da maioria parlamentar.

Garantido que o Governo tudo está a fazer “até ao limite”, para recuperar os rendimentos das famílias e inverter a descapitalização das empresas herdada da anterior maioria de direita, Carlos César deixa contudo um alerta de que a situação legada apresenta ainda sinais de uma “grande gravidade”.

Governo não se rende

Quanto às questões europeias, o presidente do PS não esconde que o Governo português não comunga das mesmas soluções defendidas pela Comissão Europeia para enfrentar, nos diversos países, os problemas do défice, da dívida e da consolidação orçamental.

Contudo, ao invés de um conflito aberto com a União Europeia, Carlos César lembra que o Governo português tem optado por uma atitude de “combate persuasivo”, e de “pedagogia”, perante as instâncias europeias, o que tem permitido alcançar, como sustenta, “resultados positivos” para Portugal, como “ficou claro” com a aprovação pela Comissão Europeia do draft, do Orçamento do Estado e do Programa de Estabilidade.

“Geringonça” está a funcionar

Carlos César recusa ser o cérebro daquilo que alguém um dia chamou de “geringonça”, limitando-se a ser, como garante, líder parlamentar socialista e coordenador-geral de uma vasta equipa que soube encontrar, como refere, os “necessários automatismos de diálogo” com os parceiros de apoio ao Governo.

Diz que a designação encontrada “à falta de melhor”, é engraçada, mas que prefere o de “caranguejola” atribuído à direita, defendendo que a situação política não é tanto de “adjetivação” mas de uma realidade que mostra, por um lado, existir uma maioria que apoia o Governo e, por outro lado, uma direita que se tem “revelado em degradação acelerada”.