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Está na altura de devolver o SNS aos portugueses

Está na altura de devolver o SNS aos portugueses

O PS contesta o novo projeto anunciado pelo Governo que pretende que os médicos de família aumentem o número de consultas nos centros de saúde. Uma ideia que para o Partido Socialista não passa de mais uma “medida eleitoralista e impraticável”, que se fosse em frente “iria pôr em causa a qualidade dos atos médicos”.

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Táctica, discurso, estratégia

O PS garantiu hoje devolver o Serviço Nacional de Saúde (SNS) aos portugueses, na próxima legislatura, criticando o que considera ter sido a “desvalorização do serviço público” em favor da “privatização progressiva” e de “um sistema de garantias mínimas”.

O coordenador socialista para a área da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, em conferência de Imprensa na sede nacional do PS, garantiu que os portugueses “nunca como hoje pagaram tanto pela saúde” e que nunca foi tão difícil terem acesso aos cuidados a que têm direito, recordando a este propósito que mais de 1,3 milhões de utentes continuam sem médico de família.

Lembrou que a mesma maioria que bloqueou com a maior displicência a reforma dos cuidados da saúde primários, proposta pelo PS, vem agora, em modo de campanha eleitoral, promete fazer “aquilo que não conseguiu cumprir numa legislatura inteira”.

O dirigente socialista recordou que o SNS tem vindo a assistir à “maior sangria de sempre de profissionais”, quer para o setor privado, quer saindo do país e indo procurar no estrangeiro melhores condições de vida, acusando a maioria de ter contribuído para a “falta de transparência entre os sectores público, privado e social”.

Para Adalberto Campos Fernandes, professor e gestor hospitalar, “está na altura de devolver o SNS aos portugueses e de tirar das notícias dos jornais aquilo que hoje é um exemplo de uma política baseada na ficção, falsidade, falta de verdade e de respeito pelas pessoas e pelas suas necessidades”, que hoje são obrigadas a gastar em Saúde 32 euros em cada 100, algo que para o dirigente do PS é um cenário “nunca visto”.

Esta é a mesma maioria que bloqueou, logo no início da legislatura, uma solução fundamentada em termos económicos proposta pelo PS que apontava para a criação de 100 novas unidades de saúde familiar, salientou ainda.

Afirmando não ter ilusões de que a ficção, por parte da maioria de direita, a propósito da saúde ou de qualquer outro sector “se vai agudizar” à medida que se aproximam as eleições, o responsável socialista não deixou contudo de alertar que “não foi o PS que mandou para fora do SNS”, só no último ano, 387 médicos. Nem foi o PS que “introduziu um clima de hostilidade em que os projetos profissionais dos médicos se tornaram profundamente desinteressantes”.

Para Adalberto Campos Fernandes, face “à incapacidade absoluta do Governo PSD/CDS em resolver os problemas” com que se de bate o SNS, problemas e dificuldades “que ele próprio criou”, escolhe seguir pelos piores caminhos, “desqualificando o ato médico e a relação entre profissionais e doentes e propondo encurtar os períodos de formação”.

Contribui assim, disse ainda o dirigente do PS, para um “retrocesso de décadas daquilo que é uma história de sucesso”, classificando as propostas da coligação de direita, em vésperas de eleições, de uma mera “repetição das promessas de há quatro anos”, que o Governo do PSD/CDS foi incapaz de cumprir numa legislatura em que governaram com maioria absoluta.