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Escola pública com exigência de qualidade e para todos

Escola pública com exigência de qualidade e para todos

A nova escola básica da baixa de Lisboa vai chamar-se Maria Barroso. A atribuição do nome da antiga primeira-dama e fundadora do PS é, segundo o primeiro-ministro, traduz a vontade do Governo de promover uma escola pública de qualidade, equiparando-a aos melhores colégios privados.

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Desafio para um duelo

Durante a cerimónia de inauguração deste novo estabelecimento de ensino básico, edificado no espaço do antigo Tribunal da Boa Hora, António Costa advogou que, para se desenvolver no país uma sociedade livre, “tem de haver uma escola de qualidade para todos”.

“E nada melhor do que dar a uma escola pública o nome daquela que foi diretora de um dos melhores colégios privados do país [o Colégio Moderno]”, vincou, para de seguida explicar que o Executivo socialista ambiciona, para qualquer escola pública, que tenha, no mínimo, a mesma qualidade dos melhores colégios privados que existem em Portugal.

“Só assim haverá efetiva igualdade de oportunidades”, sustentou o líder do Governo, num discurso em que também classificou o seu ex-ministro da Cultura João Soares como “um dos grandes presidentes da Câmara de Lisboa dos últimos anos”.

Na sessão aberta pela pequena Lilah, filha do referido deputado socialista e neta do antigo Presidente da República Mário Soares e de Maria de Jesus Barroso, António Costa referiu que em primeiro lugar a nova escola “resgata da memória o passado do antigo Tribunal da Boa Hora” – aqui numa alusão ao tribunal plenário do regime do Estado Novo.

Ensinar a tolerância

“Uma escola é onde se constrói o futuro e onde se ajuda a formar novos cidadãos e cidadãs. Portanto, dar o nome de Maria Barroso a um jardim-de-infância e a uma escola do primeiro ciclo do Ensino Básico é um sinal de que Maria Barroso renasce daquilo que aqui cada criança aprender no futuro”, defendeu.

Ouviam estas palavras do primeiro-ministro o antigo bispo das Forças Armadas D. Januário Torgal Ferreira, o atual edil lisboeta, Fernando Medina e o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, bem como os padres Feytor Pinto e Vítor Melícias – todos na primeira fila da assistência.

João e Isabel Soares, os filhos de Maria de Jesus Barroso e de Mário Soares, fizeram discursos com uma forte carga emotiva sobre a vida da sua mãe.

“Eu sei que sou suspeito porque sou filho dela, mas a minha mãe pôs beleza em praticamente tudo o que fez até ao fim da sua vida”, declarou João Soares, considerando “absolutamente notável” a iniciativa da Câmara de Lisboa de atribuir o nome de Maria Barroso a uma escola do Ensino Básico.

Tal como a sua irmã Isabel Soares, também o deputado socialista salientou que Maria Barroso “foi a única mulher que esteve presente na fundação do PS em abril 1973 [em Bad Munstereifel, na então República Federal Alemã] e foi igualmente, até agora, a única mulher que exerceu as funções de presidente da Cruz Vermelha”.

“A minha mãe não deixou ninguém indiferente: Tocou as pessoas de todos os quadrantes políticos, de todas as classes sociais. Aos filhos e aos netos ensinou-nos sobretudo a tolerância”, disse visivelmente comovida Isabel Soares, atual diretora do Colégio Moderno.

De referir que a inauguração da Escola Básica e Jardim de Infância Maria Barroso coincidiu com a data em que a histórica fundadora do PS completaria 92 anos de vida.