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Economia portuguesa cresce no equilíbrio entre o investimento e as exportações

Economia portuguesa cresce no equilíbrio entre o investimento e as exportações

O crescimento da economia portuguesa tem sido sustentado devido ao equilíbrio que tem havido entre o investimento e a diversificação das exportações, referiu ontem o ministro da Economia num almoço-debate que teve lugar em Lisboa.

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Para o titular da pasta da Economia, Manuel Caldeira Cabral, os três grandes desafios hoje colocados à economia portuguesa são, por um lado, a demografia, por outro lado, a baixa produtividade e o endividamento. Para lhes fazer frente, o governante defende que o país tem de apostar mais nas “qualificações, na inovação e nos recursos naturais”.

O ministro Manuel Caldeira Cabral falava num almoço-debate que ontem teve lugar no International Club of Portugal, em Lisboa, sobre a economia portuguesa e crescimento sustentável, tendo o responsável governamental defendido na ocasião que os desafios que hoje se colocam à economia portuguesa passam, por um lado, pela demografia, que na opinião do governante tem de ser ligada à abertura da imigração, e, por outro lado, pelo problema do endividamento, que Manuel Caldeira Cabral vê como outro dos aspetos “desafiantes” que se colocam ao presente e ao futuro da economia portuguesa e que, tal como a questão da natalidade, tem de ser resolvido, como sustentou, “não só pelo atual Governo, mas pelos seguintes”.

Quanto ao bom desempenho da economia portuguesa nos últimos dois anos e meio, com a gestão do atual Governo liderado pelo primeiro-ministro, António Costa, o ministro Manuel Caldeira Cabral justifica esta boa prestação com o crescimento equilibrado da economia em termos de procura externa e de procura interna, referindo que a componente determinante em relação à procura interna se deve, sobretudo, “ao forte investimento” que o Governo tem realizado em áreas tão diversas como o SNS, Educação, Ciência, Cultura e na qualificação dos recursos humanos, nomeadamente, enquanto que a sustentabilidade e o bom desempenho da economia a nível externo reflete o exponencial crescimento das exportações numa altura em que as empresas nacionais “estão também a crescer no mercado interno”.

Mas para além de haver um “notável equilíbrio” no crescimento da economia portuguesa entre investimento e procura externa, há ainda a registar, como referiu o ministro, que este é também um crescimento onde se regista, pela primeira vez e desde há muito anos, uma efetiva consolidação das contas públicas, sendo que estas, para Manuel Caldeira Cabral, constituem um dos “desafios estruturais” da sociedade portuguesa.

Capitais próprios

Neste almoço-debate, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, revelou que as empresas estão cada vez mais a “investir com capitais próprios” e a recorrer “menos ao crédito bancário”, o que para Manuel Caldeira Cabral “é um aspeto muito importante” e demonstrativo da diferença que existe entre Portugal e a União Europeia, sendo que as duas outras principais diferenças, como lembrou o governante, estão, por um lado, na produtividade, uma vez que em Portugal o capital por trabalhador é metade do capital por trabalhador da média da União Europeia e também nas qualificações.

Em matéria de produtividade, Manuel Caldeira Cabral defende que substituir uma geração muito pouco qualificada por uma outra muito mais qualificada é um desafio necessário e que “pode trazer um fortíssimo aumento de produtividade”, lembrando que Portugal tem de palmilhar este território, porque nos próximos 20 anos, como garantiu, o país “não vai ter a sua população a crescer”, restando-lhe apenas, como defendeu, que saiba “reter a geração mais qualificada de sempre”.