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É preciso dizer basta a esta política

É preciso dizer basta a esta política

“Não haverá arranjinhos com outros protagonistas para prosseguir as “mesmas políticas”, porque com o PS “haverá mudança política”, afirmou ontem, em Almada, António Costa.

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É preciso dizer basta a esta política

Num encontro com mais de duas centenas de militantes e simpatizantes socialistas da Federação de Setúbal, no salão de teatro da Incrível Almadense, que acolheu grandes comícios como o de Arlindo Vicente e Humberto Delgado, o secretário-geral do PS defendeu que “é preciso dizer basta a esta política e, para isso, é preciso mudar de Governo; essa é a nossa responsabilidade”.

“O que temos de deixar claro aos portugueses é que não haverá arranjinhos para, com outros protagonistas, prosseguir as mesmas políticas”, disse, sublinhando que “o país olha para nós e percebe que somos nós que podemos construir uma alternativa”.

Na sua intervenção, António Costa lembrou um recente relatório do Parlamento Europeu sobre o impacto da crise nos Estados-membros da União Europeia, designadamente em Portugal, onde se chama a atenção para os efeitos nefastos das severas políticas de austeridade, que põem em causa direitos fundamentais como a educação, emprego, saúde e proteção social, bem como o aumento exponencial das desigualdades.

Um relatório que, frisou o líder socialista, mostra de forma clara o fracasso das políticas do atual Governo, no que concerne ao desemprego, educação, saúde e segurança social.

“Ao contrário do que o Governo diz, apesar dos cortes nos salários, cortes nas pensões, cortes das despesas sociais, apesar do aumento da carga fiscal, a verdade é que as finanças públicas não estão melhores do que há quatro anos”, frisou.

António Costa lembrou, a propósito, que “há quatro anos, a dívida era muito grande, estava nos 97% do nosso PIB, mas hoje está bastante maior, está em 130% do PIB”. Por isso, disse, “aquilo que nós temos de concluir, ao fim destes quatro anos, é que este Governo fracassou e a sua política falhou. Nem temos melhor economia, nem termos melhores finanças públicas”.

Para o líder do PS, a posição do Fundo Monetário Internacional (FMI) que defendeu, no dia 7 de abril, a necessidade de mais investimento público na União Europeia, também veio revelar o fracasso da cartilha política seguida pelo Governo PSD/CDS, que apontava para a necessidade de cortar no investimento público, porque só endividava o país.

“Hoje, veio o FMI dizer que bem pode o Banco Central Europeu aumentar a liquidez da banca, bem pode haver vontade de mais investimento privado, mas se não houver mais investimento público, que alavanque o investimento privado, nós não voltaremos a ter investimento e não voltaremos a crescer de uma forma sustentada”, disse.

Na sua intervenção, António Costa reafirmou a sua preocupação com o desemprego em Portugal, salientando que, contabilizando os desempregados que não estão inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional e as 350 mil pessoas que emigraram, “a taxa de desemprego efetivo do país não está nos 13%, mas já passa os 20%”.

RELATÓRIO DO PE SOBRE IMPACTO DA CRISE NOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

No seu discurso em Almada, António Costa faz referência a um relatório do Parlamento Europeu sobre o impacto em Portugal das medidas de austeridade nos direitos fundamentais dos cidadãos. O documento traça um cenário demolidor e faz um conjunto de recomendações, como o incremento do investimento público na educação; o investimento na área da saúde e nos cuidados primários; políticas de fomento de emprego, em especial dirigidas para os jovens e desempregados de longa duração; e ainda o reforço dos recursos humanos e meios materiais na área da justiça.

Ver relatório aqui [apenas disponível em inglês]