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Dívidas das famílias aumentam para níveis históricos

Dívidas das famílias aumentam para níveis históricos

O crédito malparado nas famílias voltou a subir e atingiu um novo recorde. Segundo dados do Banco de Portugal (BdP), mais de seis mil famílias deixaram de ter condições para pagar o seu crédito à habitação.

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Dívidas das famílias aumentam para níveis históricos

Será necessário retroceder ao ano de crise de 2012 para se ter a noção da dimensão que este problema voltou a atingir.

Mesmo com as taxas Euribor e de juros em mínimos de sempre, mais de seis mil famílias deixaram, no primeiro trimestre de 2015, de pagar ao banco a prestação das suas casas, o que vem contrariar a narrativa do Governo de Passos Coelho e Paulo Portas de que os portugueses estão hoje melhor, a economia a crescer e a mostrar uma aceleração significativa.

Cenário que vem igualmente demonstrar o que a propaganda deste Governo não consegue esconder: que a situação das famílias não só não está melhorar, como existe mesmo um agravamento das suas condições económicas, sendo disto um sinal evidente, quando se sabe, por norma, que só em último caso as famílias deixam de pagar a casa.

Também no crédito ao consumo houve um aumento significativo de cerca de nove mil novos agregados familiares que falharam os pagamentos só no primeiro trimestre deste ano de 2015 o que, segundo o BdP, elevou para mais de seiscentos mil o número total de famílias com créditos em situação irregular.

Os dados do BdP apontam ainda para que o crédito vencido tenha atingido em março passado o valor mais elevado de sempre, passando a representar 5% da totalidade do crédito encaminhado para as famílias, ou seja, perto de 6,5 mil milhões de euros.

Números a que o desemprego de longa duração, que tem vindo a aumentar de forma exponencial em Portugal, não será certamente alheio, numa altura em que, ainda segundo o BdP, os bancos têm em carteira mais de 18 mil milhões de euros de crédito malparado de empresas e de particulares.