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Dirigentes políticos devem seguir exemplo da juventude e ficar do lado certo da história

Dirigentes políticos devem seguir exemplo da juventude e ficar do lado certo da história

“A minha geração falhou na resposta apropriada ao desafio da emergência climática”, reconheceu ontem, em Lisboa, o Secretário-geral da ONU, apelando a que sejam os jovens a liderar esta luta.

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Dirigentes políticos devem seguir exemplo da juventude e ficar do lado certo da história

Intervindo no encerramento da Conferência Mundial de ministros responsáveis pela Juventude, que este fim de semana teve lugar em Lisboa, 21 anos depois do um evento semelhante ter tido igualmente lugar na capital portuguesa, António Guterres, que na altura participou como primeiro-ministro, depois de ter alertado que nestas últimas duas décadas foi percorrido “um longo caminho” e que o mundo hoje “é muito diferente de então”, lamentou que a sua geração tenha “falhado” numa resposta apropriada ao desafio da emergência climática.

Para se ter uma ideia da forma como o planeta sofreu profundas alterações, António Guterres lembrou às cerca de 100 delegações de todo o mundo presentes na conferência, que dados comparativos de há 21 anos dizem que hoje habitam o planeta “mais dois mil milhões de seres humanos”, o que significa, como acrescentou, que “hoje temos a mais numerosa geração jovem da história”.

É precisamente com o excelente exemplo dados pelos jovens, que têm mostrado total disponibilidade para liderar processos tão complexos como a “falta de emprego, de educação ou de saúde”, que o Secretário-geral da ONU disse esperar que os dirigentes políticos “da minha geração” acordem e se coloquem do “lado certo da história”.

Para António Guterres, se não houver uma ação concertada na emergência climática, esta geração “pode vir a encarar consequências devastadoras”, lembrando que no próximo mês de setembro “os olhos do mundo” vão estar em Nova Iorque, onde se discutirá a Agenda 21 e o Acordo de Paris, e a “implementação dos seus desafios”.

Recordando que o tempo escasseia, porque “só há 11 anos para se conseguir evitar os impactos das alterações climáticas”, o líder das Nações Unidas lamentou que os dirigentes mundiais continuem a não “fazer o necessário”.

A parte salutar, na sua perspetiva, é que os governos “estão finalmente a começar a ouvir” os mais jovens, que nas escolas e nas ruas começaram já a “desafiar os líderes mundiais” para as questões do ambiente e das alterações climáticas, avançando com soluções “num quadro em que todos trabalhem conjuntamente”.

Hora de mudança

Segundo António Guterres, a parceria que a ONU tem com a juventude “está inscrita na estratégia 2030” e nela se prevê que a organização das Nações Unidas se assuma como “líder no trabalho com os jovens”, compreendendo as suas necessidades e “assegurando que as suas opiniões são escutadas”.

Garantindo que hoje se vive uma “hora de mudança”, António Guterres reforçou que a ONU quer “trabalhar no acesso à educação e à saúde”, promovendo o “pleno envolvimento da juventude nos processos decisores sobre estas matérias a nível local, nacional e global”.