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Direita caça as mulheres para caçar votos

Direita caça as mulheres para caçar votos

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Parlamento derrubou muro de discriminação

Gritos de “vergonha” e a promessa de que “a luta continua”, por parte de um grupo de cidadãos que se manifestou nas galerias no momento da aprovação das alterações à lei da IVG, marcaram esta quarta-feira a última sessão do Parlamento.

Pelo PS, a deputada Isabel Moreira subiu à tribuna para denunciar que “estamos perante um legislador imbuído de maldade pura” que pratica “terrorismo psicológico sobre a mulher”, acusando a direita de fazer “tábua rasa da realidade ouvida” nas audições feitas pela comissão de assuntos constitucionais.

No fim de uma longa tarde de votações, foi num ambiente de exaltação e revolta que a direita aprovou a sua proposta de criação de taxas moderadoras para as mulheres e a obrigatoriedade de frequentar consultas de aconselhamento psicológico e social, assim como a possibilidade de presença nas consultas de médicos objetores de consciência, decorrentes das propostas de uma iniciativa legislativa de cidadãos.

“Hoje Portugal não esquecerá que para a direita vale tudo: para caçar votos, caçam mulheres”, denunciou Isabel Moreira, numa intervenção emocionada profusamente aplaudida pelas bancadas do PS, PCP e BE, sob protestos exaltados do PSD e CDS. Em nome do PS, deixou o “compromisso” de “revogar esta 25ª hora, assim que ganhar as eleições”.

Isabel Moreira criticou as mudanças nas regras dos objetores de consciência, antes afastados e que agora passam a poder estar presentes nas consultas com as mulheres grávidas que pretendem abortar.

Para a deputada, o acompanhamento psicológico e social no período de reflexão por um profissional de saúde vai contra o princípio da reflexão. “O tempo de reflexão é tempo dela e só dela”, defendeu, considerando que essa medida “menoriza” e “infantiliza” a mulher. “Algemar as mulheres? Grosseria! Insensibilidade! Desfasamento da realidade!”, exclamou Isabel Moreira.