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Défice de 2014 suspenso até venda do Novo Banco

Défice de 2014 suspenso até venda do Novo Banco

O PS não corrobora o entusiasmo do Governo quanto aos valores do défice de 2014 das contas públicas anunciados pelo INE, lembrando que tudo está suspenso até à venda do Novo Banco.

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O Partido Socialista reagiu à divulgação da primeira notificação do ano enviada para Bruxelas pelo INE, ao abrigo do Procedimento dos Défices Excessivos (PDE), onde se estima que o défice português terá ficado em 4,5% em 2014.

Para o deputado e membro do Secretariado Nacional do PS, João Galamba, o verdadeiro valor final do défice está pendente da operação de recapitalização do Novo Banco, que ainda não foi incluída no défice, só assim se percebendo, disse o deputado socialista, “a pressa” do Governo em querer vender esta instituição financeira até ao verão.

Mas se tal não vier a ocorrer, os 3,9 mil milhões de euros decorrentes da capitalização do Novo Banco por parte do Fundo de Resolução, garantiu o deputado socialista, “terão de entrar para as contas do défice de 2014”, tornando claro que qualquer venda abaixo desse valor “fará com que o défice de 2014 aumente”.

Uma análise que é confirmada pelo INE que lembra que os resultados divulgados não incluem qualquer impacto nas contas finais do défice de 2014, tendo em consideração que a venda do Novo Banco ainda não aconteceu, prevendo o Banco de Portugal e a UTAO que a inclusão da venda do banco possa levar o défice a subir cerca de 2,8 pontos percentuais.

País recuou 15 anos no PIB

Quanto aos dados difundidos pelo INE sobre a evolução da economia portuguesa desde 2012, João Galamba lembra que ao contrário de estimativas que apontavam para que Portugal tivesse recuado nesse período de recessão cerca de dez anos em matéria de PIB e cerca de 15 anos em matéria de emprego, “afinal, hoje, sabemos que o país recuou 15 anos em matéria de PIB”, com a dívida pública a chegar aos 130,2% do produto havendo o risco de uma nova revisão em alta.

Uma recessão, como lembrou, que em 2012 e 2013 mostrou dados “muito piores” do que se esperava, com o PIB a cair, não cinco mas 6,5 por cento.

“Se os números já eram trágicos, sabemos agora que foram muito piores”, acrescentou ainda o deputado do PS, e que o muito pouco que se avançou foi conseguido à custa de enormes sacrifícios dos portugueses e com a ajuda inestimável do Tribunal Constitucional.