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Decisores políticos devem saber ouvir a ciência e agir com determinação

Decisores políticos devem saber ouvir a ciência e agir com determinação

Em Madrid, o primeiro-ministro pediu aos decisores políticos mundiais para terem a “humildade” de ouvirem o que têm a dizer os cientistas sobre o aquecimento global e avançarem com “determinação” para as medidas necessárias.

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Decisores políticos devem saber ouvir a ciência e agir com determinação

Falando à comunicação social ontem no final da sessão de abertura da Cimeira do Clima, que decorre em Madrid até ao próximo dia 13 deste mês, António Costa aconselhou os decisores políticos a terem a “humildade” de primeiro ouvirem o que os cientistas têm para dizer acerca dos problemas que envolvem a questão do aquecimento global e só depois tomarem as medidas necessárias para combater o flagelo.

Com efeito, e segundo António Costa, não há outro caminho que não seja “ouvir a ciência” para depois ter a “determinação de exercer o poder que temos para agir”, recordando que “é incontornável” que os políticos encarem o problema sem tibiezas, excluindo qualquer cenário em que haja governos ou políticos a “virarem a cara” como se tudo estivesse igual, ou que façam “como a avestruz e enterrem a cabeça na areia”.

Para se ter ideia da dimensão do problema relacionado com as alterações climáticas, o primeiro-ministro deu o exemplo de Portugal que só nos últimos anos, como referiu, “já perdeu 13 quilómetros quadrados da sua costa em consequência da erosão marítima e sofreu um número crescente de incêndios florestais”, vivendo em finais deste ano de 2019, “sobretudo no sul do país”, uma situação de seca severa.

Um cenário que António Costa fez questão de referir que não é exclusivo deste ou daquele país, desta ou daquela região, mas que hoje está disperso por todo o planeta, garantindo que Portugal está já a trabalhar de “forma exigente” para que até 2030, “década em que os cientistas assumem como o ponto de não retorno”, as medidas aprovadas pelo Governo no sentido da redução das emissões dos gases com efeitos de estufa produzam os resultados esperados, lembrando que Portugal foi dos primeiros países a assumir o compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2050.

Transição energética

Nesta declaração aos jornalistas, António Costa, depois de considerar como “fundamental para o mundo” que a União Europeia mantenha uma “posição de liderança” na transição energética em curso, recordou que o combate às alterações climáticas não é um fenómeno que só agora tenha entrado na agenda portuguesa, lembrando a propósito o significativo investimento que o país tem vindo a fazer desde há anos nas energias renováveis, já com um claro retorno na economia.

Uma preocupação que se tem igualmente estendido à questão dos oceanos, relembrando o primeiro-ministro que Portugal, em conjunto com o Quénia, vai organizar em junho de 2020 a segunda conferência das Nações Unidas sobre esta matéria.