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Cumprir perante os cidadãos é retomar a essência da democracia

Cumprir perante os cidadãos é retomar a essência da democracia

Os políticos têm que retomar uma das essências mais importantes e fundacionais da democracia: “cumprir com as promessas” que fazem ao eleitorado, defendeu ontem o primeiro-ministro, no final das comemorações da implantação da República, que decorreram na Praça do Município, em Lisboa.

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Cumprir perante os cidadãos é retomar a essência da democracia

Afirmando que o Governo que lidera vai ser, também a este respeito, “uma exceção em 20 anos”, António Costa garantiu que irá cumprir os objetivos a que se propôs, defendendo que a primeira forma de o fazer “é retomar um valor há muito tempo esquecido”, que é “prometer e cumprir com os compromissos que se assumem”.

Manifestou contentamento pelo facto de a opinião pública portuguesa estar hoje cada vez mais “informada, crítica e exigente”, uma realidade que para o primeiro-ministro implica, por um lado, que a classe dirigente aposte em “falar a verdade” aos seus eleitores e, por outro lado, obriga-a igualmente a empreender “um esforço acrescido na valorização e na dignificação da vida política”.

António Costa mostrou-se orgulhoso por, ao fim de dez meses e meio de exercício de funções e ao contrário da prática de há décadas, ser um primeiro-ministro que não defrauda expectativas ou promessas feitas aos portugueses, aumentando impostos que prometeu não aumentar, feito cortes que prometeu não fazer, tudo isto sem deixar de cumprir, como sublinhou, com os “compromissos assumidos internacionalmente e com os portugueses”.

Para o chefe do Governo, a forma como “têm agido”, quer a Assembleia, quer o Presidente da República, tem contribuído para o forte “clima de descrispação” em que o país vive, longe do tempo, como realçou, da “tensão que se viveu até há um ano”, garantindo António Costa que hoje as “pessoas podem retomar com tranquilidade e normalidade o seu dia-a-dia”.

O primeiro-ministro fez ainda questão de recordar que o Governo trabalha com os pés assentes na terra, o que lhe permite ter a consciência de que Portugal “não está num mundo cor-de-rosa”, havendo ainda, como salientou, “muito trabalho a fazer” ao longo desta legislatura de quatro anos.

Quanto à descrença manifestada pelos partidos da oposição de direita em relação “à estabilidade política” de um Governo, “sem maioria absoluta”, para virar a página da austeridade, repondo vencimentos, diminuindo impostos e cumprindo os objetivos perante a União Europeia, António Costa retorquiu lembrando que este ceticismo deixa de fazer qualquer sentido, perante “o melhor défice das contas públicas dos últimos 42 anos”.

Estamos do lado certo da História

Também o presidente da Câmara Municipal de Lisboa manifestou, na sua intervenção, satisfação por “celebrarmos como devemos” esta data, “em dia feriado e com o povo”, destacando Fernando Medina o exemplo de Lisboa, que classificou como “lugar central das dinâmicas” de incentivo à “cultura empreendedora” para a criação de emprego, no quadro de “uma sociedade aberta, plural e cosmopolita”.

Para Fernando Medina, Lisboa é hoje uma capital “moderna, vibrante e aberta ao mundo”, pelo que “estamos do lado certo da História e assim honraremos a República”.