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Crescimento resulta da confiança das empresas e dos trabalhadores

Crescimento resulta da confiança das empresas e dos trabalhadores

O crescimento do produto em 2,8% no primeiro trimestre deste ano resulta de as empresas e dos portugueses terem “demonstrado confiança” no rumo da economia portuguesa, afirmou ontem no Parlamento, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.

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Falando na Assembleia da República, numa sessão de interpelação ao Governo sobre condições para o desenvolvimento da produção nacional, Manuel Caldeira Cabral começou por referir que a produção nacional atingiu em 2017 o “mais alto valor” desde há cerca de 9 anos e meio, no quarto trimestre de 2007, cenário que foi acompanhado, como acrescentou, pela subida das exportações em 15% e pelo aumento do emprego, face ao mesmo período do ano passado, para mais 150 mil pessoas que conseguiram encontrar um posto de trabalho em Portugal.

Resultados que na opinião do titular da pasta da Economia, só foram conseguidos graças ao esforço e à confiança depositada na economia portuguesa pelas empresas e pelos trabalhadores, que “investiram e acreditaram”, e por políticas “responsáveis do Governo”, que ao mesmo tempo que promoveu “melhores condições para o investimento”, com medidas como o Plano 100, o acelerador de investimento, ou os financiamentos do Programa Capitalizar, foi capaz, simultaneamente, de “repor rendimentos e aumentar salários dos trabalhadores”, reduzir o défice público para 2% do PIB e melhorar o saldo externo em 900 milhões de euros, que foi, como realçou, o “maior saldo dos últimos 22 anos”.

O ministro sublinhou ainda que a trajetória ascendente do crescimento trimestral resulta, em grande parte, do facto de as empresas portuguesas terem conseguido “reverter o caminho de desaceleração que se verificou em 2015”, garantindo que a conjuntura europeia “não foi decisiva” nem a responsável, por esta aceleração. O governante lembrou, neste ponto, que a economia na zona euro “continua a crescer os mesmos 1,7% do primeiro trimestre do ano passado”, enquanto a economia portuguesa “está a crescer três vezes mais” do que há um ano, tendo passado de um crescimento de 0,9% nos primeiros três meses de 2016, para 2,8% no mesmo período em 2017.

Crescimento sustentável

Perante estes e outros dados, que têm vindo a ser reconhecidos, Manuel Caldeira Cabral não tem dúvidas de que o crescimento da economia portuguesa está hoje indiscutivelmente assente em bases “sustentáveis e sólidas”, porque houve, em paralelo, o “reforço do equilíbrio das contas públicas e do saldo externo”, que assentou tanto na procura interna como no crescimento das exportações “num conjunto diversificado de setores”.

O titular da pasta da Economia abordou ainda o conjunto das medidas que estão previstas no Programa Capitalizar, referindo a propósito que elas vão permitir “recuperar as empresas em reestruturação de forma mais rápida” e “alinhar os incentivos fiscais”, o que permitirá, como garantiu, “incentivar mais investimentos e alargar o financiamento às empresas que querem crescer”.

Também os programas Qualifica e o Simplex, assim como as reformas na política para as florestas, acrescentou ainda o ministro da Economia, são “outros exemplos” de áreas onde, existindo alguns constrangimentos, o Governo “está já a atuar” com reformas estruturais, não deixando ainda de olhar para outros setores e para outras oportunidades como o “turismo, as energias renováveis, a eficiência energética, a economia circular ou a ainda, a digitalização da economia”.

Manuel Caldeira Cabral falou ainda dos programas Startup Portugal e Indústria 4.0, que estão centrados no crescimento futuro, que apoiam as empresas pequenas com forte potencial de crescimento e que “promovem a aceleração da adoção de tecnologias determinantes para melhorar a inserção das empresas portuguesas nas cadeias de valor internacionais”.