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Cortes sociais atingiram os limites da dignidade humana

Cortes sociais atingiram os limites da dignidade humana

António Costa acusa o Governo de ter andado com o país duas décadas para trás em matéria de pobreza. Portugal não pode voltar aos primórdios do cavaquismo, quando se olhava para as pessoas com “desprezo e insensibilidade”.

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Cortes sociais atingiram os limites da dignidade humana

Este Governo “falhou em toda a linha” no controlo da dívida e na recuperação económica, garantiu o Secretário-geral socialista ontem, em Loures, num jantar comemorativo do 40º aniversário da secção local do PS.

A aposta cega pelas políticas de austeridade nestes quase quatro anos de Executivo de direita não só não resolveu nada, como agravou as contas públicas e a dívida.

Dívida, que é hoje maior do que a que Passos Coelho e a direita herdaram, prova que as políticas seguidas pelo Governo redundaram num enorme “falhanço” quer na recuperação da economia, quer na tese económico-financeira de que o país ganhava competitividade económica se cortasse salários e diminuísse despesas sociais. Os cortes, disse António Costa, atingiram os “limites da dignidade humana”.

Porque o limite dos limites à austeridade e a todos os cortes sociais, como realçou, tem de encaixar nas metas aceitáveis da “dignidade das pessoas” e os cortes que atingiram um terço das crianças, atirando-as para a pobreza, já estão muito para além dos “limites aceitáveis da dignidade humana”, e de uma “sociedade decente”.

Na sua intervenção, o Secretário-geral do PS referiu-se à conjuntura política, económica e social de 1993, transferindo parte dessa realidade para a atualidade.

A maioria PSD/CDS não só “não aprendeu nada” nestes quatro anos, como não aprendeu nada em “matéria de sensibilidade social nos últimos 20 anos”.

O líder do PS lamentou que o Governo não tenha optado por uma abordagem mais “pragmática” na resolução dos problemas do país, preferindo antes escolher um caminho escorado no “puro preconceito ideológico”.

O governo não avançou com a necessária reforma do Estado, tendo antes “optado por desmantelá-lo”, perseguindo funcionários públicos com cortes salariais, degradando os serviços públicos, em sectores como a Educação, a Saúde e a Justiça.

Foram quatro anos em que o país andou para trás recuando mais de dez anos na riqueza produzida, “também em matéria de pobreza”, com os portugueses a sofrerem a “maior carga fiscal de sempre”, no IVA e no IRS, com a dívida a bater todos os recordes desde que Portugal vive em democracia, hoje bastante superior da que existia quando este Governo assumiu funções, com mais de um milhão de desempregados e desencorajados, a que se juntam ainda cerca de 350 mil que emigraram.

O resultado de toda esta política é, para António Costa, o “fracasso” das finanças públicas e o falhanço da estratégia económica.