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Compromisso com a ciência vai continuar no centro das opções políticas

Compromisso com a ciência vai continuar no centro das opções políticas

“A ciência tem um poder transformador extraordinário na nossa sociedade”, pelo que, “tem de estar no centro das opções políticas”, disse ontem, em Lisboa, António Costa.

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Compromisso com a ciência vai continuar no centro das opções políticas

“O compromisso do país com a ciência tem de ser sólido, isto é, ser um progresso contínuo”, afirmou esta segunda-feira o primeiro-ministro, António Costa, durante a iniciativa ‘Ciência 2019 – Encontro com a Ciência e Tecnologia em Portugal’, que decorre entre os dias 8 e 10 de julho, no Centro de Congressos de Lisboa.

Na sessão, que contou com o ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, o primeiro-ministro salientou a importância que a Ciência assumiu, e que deverá continuar a assumir, no desenvolvimento do país.

“Não estaríamos no estado de avanço em que estamos hoje se, há 30 anos, a ciência não tivesse sido uma prioridade” política, por isso, “aquilo que fazemos hoje cria as condições para podermos avançar, e daqui a 20, 30 ou 40 anos estarmos num patamar distinto do atual”, disse António Costa.

No entanto, para alcançar patamares mais elevados de desenvolvimento “é fundamental consolidar as instituições que existem e o trabalho dos nossos cientistas”, considerou o líder do Governo, recordando que “foi, por isso, importante conseguir estabilizar os contratos de confiança e manter o investimento público na Ciência”.

Para o chefe do Executivo, foi igualmente “importante ter devolvido confiança e esperança no futuro aos profissionais desta área, superando a meta dos 5 mil contratos científicos celebrados ao longo dos últimos quatro anos”.

Mas, ainda assim, “não está tudo feito”, disse António Costa, para quem “há um trabalho que é preciso manter”.

“Se há algo que ficou claro nesta legislatura, é que mecanismos como o Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos na Administração Pública (PREVPAP) são desadequados para resolver as situações na carreira docente e na investigação científica”, pelo que é importante “encontrar outros mecanismos que estabilizem a situação destes profissionais”, defendeu.

Poder transformador da Ciência

“A ciência tem um poder transformador extraordinário na nossa sociedade”, afirmou António Costa, indicando como exemplo o facto de Portugal ter superado os objetivos relativos ao VIH/sida estabelecidos pela ONU para 2020, ao diagnosticar, já hoje, 92,2% das pessoas portadoras de VIH, estando 90,2% das pessoas diagnosticadas em tratamento antirretroviral e 93% das pessoas em tratamento com carga viral indetetável.

Além da saúde, o primeiro-ministro salientou ainda o papel da Ciência no domínio das exportações e na temática das alterações climáticas.

Para António Costa, o aumento das exportações deve-se, em boa parte, “ao contributo que a Ciência tem tido para as empresas terem produtos com cada vez maior qualidade, tornando-se mais competitivas”, sendo que o maior conhecimento cientifico tem sido decisivo para uma maior consciencialização da comunidade política relativamente às alterações climáticas.

Descentralização e internacionalização da Ciência

“Não posso deixar de enfatizar como é particularmente estimulante verificar que dois autarcas de municípios do interior estiveram entre os homenageados”, o que, segundo o primeiro-ministro, “mostra bem como a ciência não é algo que hoje se faça apenas nos grandes centros urbanos”, disse, ainda, António Costa.

Tal como tem vindo a defender, o líder socialista reforçou a ideia de que “a internacionalização da ciência é outra área fundamental”, aproveitando para sublinhar o facto de o Encontro Ciência 2019 contar com o Reino Unido como país convidado, considerando que a presença do representante do país com o qual Portugal tem a mais antiga aliança internacional em vigor “demonstra bem que, independentemente das vicissitudes políticas, nesse grande espaço sem fronteiras que é a ciência, o Reino Unido continuará a ser um parceiro fundamental de Portugal, e vice-versa”, afirmou.

Portugal, defende o líder do Executivo, “tem de prosseguir com a trajetória adotada desde 2015”, pois só assim poderemos ser mais desenvolvidos e competitivos. E, “para que isso aconteça, a ciência tem de estar no centro das opções políticas”, defendeu António Costa.

O espaço, o mar profundo e as alterações climáticas são “novas áreas de oportunidade para que possamos continuar a progredir naqueles que são os principais desafios para a Humanidade”, disse.

“Há sempre um novo desconhecido que importa superar para que as nossas sociedades possam ter mais conhecimento, porque é o conhecimento que nos permite melhorar a qualidade de vida das pessoas, com sociedades mais justas e inclusivas”, concluiu António Costa.