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Coligação nada diz sobre o futuro

Coligação nada diz sobre o futuro

“É estranho que a coligação PSD/CDS se apresente aos portugueses com garantias novas” e distintas da prática até agora desenvolvida pela sua governação, ao mesmo tempo que adota “uma estratégia de silêncio” sobre o futuro.

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Obsessão do Governo por Estado mínimo não serve o país

No seu espaço de comentário na RTP, Carlos César criticou a falta de transparência e de informação dos partidos da coligação de direita perante os portugueses, para que possa haver “um voto esclarecido e conhecedor das alternativas em presença”.

Lembrando que o atual Governo beneficiou de condições no plano internacional e europeu que outros governos não tiveram, Carlos César questiona “que obra e que passado recente recomendam o voto nesta coligação de direita”. Recordando, como a “obra” que este Governo tem para apresentar, o corte nos salários e os despedimentos que tinha dito não serem necessários e que aconteceram, os 700 mil desempregados, os cortes nas pensões, onde quer cortar mais ainda, a perda de 400 mil empregos, a elevada percentagem de emprego precário e mal pago, ou o recuo de várias décadas nos números de emigração.

Também a gestão das contas públicas, na opinião do presidente socialista, não favorece a confiança dos portugueses na coligação de direita, que mesmo beneficiando “de condições no plano internacional e europeu que outros governos não tiveram”, conseguiu aumentar a dívida pública em 30 pontos percentuais. O que compara com a gestão socialista na Câmara Municipal de Lisboa, onde a dívida foi reduzida em 40%.

Carlos César desfez a ideia de um regresso a 2011, deixando, isso sim, a garantia de um Governo socialista que “não quer que as famílias portuguesas atinjam a bancarrota com a frequência que está a acontecer agora”. As pessoas, defendeu, “precisam de confiança nos destinos do país, como em relação aos seus filhos e ao seu emprego”.

O PS, vincou o seu presidente, “tem muito orgulho no seu passado, ao qual se devem muitas das conquistas sociais e progressos económicos do país nas últimas quatro décadas”. E esta liderança, sublinhou, “distingue-se por uma posição muito clara, ancorada numa nova geração de dirigentes e aberta a personalidades independentes”, que estiveram na génese de um documento, apresentado aos portugueses, “rigoroso, realizado por especialistas de reconhecida competência e salvaguardando o equilíbrio das finanças públicas e as obrigações europeias do país”.

O PS está unido e confirmou-se como partido de centro-esquerda

Abordando a Convenção Nacional do passado fim de semana, onde foi aprovado o programa eleitoral que PS apresentará às eleições legislativas, Carlos César considera que o encontro foi uma demonstração evidente de que a família socialista está unida. Foi também, sobretudo, um momento de “confirmação do PS como um partido de centro-esquerda”, cabendo-lhe protagonizar esse papel e “marcar a diferença em relação ao radicalismo da direita e ao radicalismo aventureirista do BE e do PCP”. Sobre este último, como o voltou a demonstrar na manifestação de sábado, ao fazer do PS o principal adversário no seu discurso, o presidente socialista considera que “é hoje um partido útil para a direita em Portugal”.

A causa do “emprego com qualidade, segurança e rendimento” traduz, tal como foi defendido pelo Secretário-geral, António Costa, na sua intervenção final na Convenção, “a causa de todas as causas”. Um tema central, assinalou Carlos César, à volta do qual se centra o programa do PS para Portugal.