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Cofres cheios e portugueses de bolsos vazios

Cofres cheios e portugueses de bolsos vazios

Quando há 2,7 milhões de portugueses a viver abaixo do limiar de pobreza, um desemprego acima dos 13% e um recuo na capacidade de investimento, ninguém pode satisfazer-se com a situação do país, nem orgulhar-se de “cofres cheios”, defendeu o secretário-geral do PS.

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Cofres cheios e portugueses de bolsos vazios

Durante a visita que realizou a uma exploração agrícola no concelho de Beja, no Alentejo, António Costa disse aos jornalistas que “o primeiro-ministro está cheio de autossatisfação”, mas “não é esse contentamento que os portugueses têm perante a realidade do país”.

O líder do PS reagia deste modo às declarações do presidente do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a propósito das infelizes declarações da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, sobre a alegada prosperidade súbita dos cofres do Estado português.

Alertando que “ninguém pode ser indiferente à situação em que estamos”, o secretário-geral socialista apontou para um sem-fim de décadas perdidas em matéria de riqueza produzida, emprego, investimento e emigração, para de seguida voltar a sublinhar que “ninguém pode estar satisfeito com esta situação”.

E manifestou-se de seguida “preocupado” pelo facto de o “primeiro-ministro não perceber a realidade em que estamos”, lamentando ainda que “em vez de querer alterar esta política”, continue a defendê-la e a insistir em lhe dar continuidade.

Frisando ser um “erro” prosseguir com uma estratégia centrada na austeridade, António Costa advogou a necessidade de uma mudança “para podermos recuperar este tempo que temos estado a perder” e “agir de forma a relançar a nossa economia”.

Para entrarmos num processo de recuperação e não “neste processo de estagnação em que estamos com uma carga fiscal brutal, o investimento a cair, o emprego sem se desenvolver e com a riqueza dez anos atrás do que aquela que deveria estar” é urgente mudar”, sustentou, para depois concluir que Portugal está evidentemente muito pior hoje que há quatro anos.