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Centeno e Santos Silva partilham estratégia para a UE

Centeno e Santos Silva partilham estratégia para a UE

Os ministros das Finanças e dos Negócios Estrangeiros, Mário Centeno e Augusto Santos Silva, defendem reformas que promovam a sustentabilidade e coesão da União Europeia. Os ministros alertam, ainda, para os riscos da xenofobia e do populismo.

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Centeno e Santos Silva partilham estratégia para a UE

Mário Centeno defendeu que é necessário adotar reformas que forneçam sustentabilidade à zona euro e alertou para o surgimento de eventuais de novas crises políticas, económicas e financeiras.

No discurso que proferiu no congresso do Partido Socialista Europeu (PES), que teve lugar nos dias 7 e 8, em Lisboa, o ministro das Finanças, considerou urgente a adoção de um fundo de garantia de depósitos na zona euro e informou que está em aberto um aumento da capacidade orçamental dos países da moeda única europeia.

O ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo disse que a zona euro está melhor do que há três anos, como reflete o crescimento económico que se regista há “22 meses consecutivos”.

“Foram criados nove milhões de empregos na União Europeia, o sistema bancário está mais capitalizado e em 2019 todos os Estados-membros terão um défice inferior a três por cento. Mas este cenário positivo não nos autoriza a ser imprudentes”, advertiu Mário Centeno.

Para o presidente do Eurogrupo, são necessárias “reformas para uma maior sustentabilidade económica e financeira” e também “uma dose de paciência em relação aos seus resultados”, defende.

O responsável pelas Finanças alertou para o perigo dos movimentos nacionalistas e populistas que estão a crescer na Europa, os quais, segundo o governante, “oferecem respostas simples mas muito erradas para perguntas complexas”.

“Essas correntes prometem lutar pelos mais desfavorecidos e ficam até com bandeiras que eram antes das correntes progressistas. Não nos podemos deixar enganar: Os nacionalistas e populistas não apresentam soluções credíveis, porque se baseiam no facilitismo e na contraposição de grupos sociais”, sublinhou Mário Centeno.

O combate a estas correntes passa, de acordo com o líder do Eurogrupo, por políticas “implementadas passo a passo, dando-se tempo para que as reformas estruturais produzam efeitos, com uma dose de paciência e de flexibilidade”.

Mário Centeno referiu ainda que “as últimas crises que vivemos, sejam elas económicas, políticas, económicas ou financeiras, mostram que não podemos dar nada por garantido. Tal como os nossos avós empreenderam uma luta por uma Europa de paz, também nós devemos continuar essa tarefa”, concluiu.

Combater o autoritarismo, a xenofobia e o populismo

“Nós, socialistas, não podemos temer o debate ideológico e temos de defender os nossos valores, posição esta que tem atualmente três consequências: Temos de lutar contra o autoritarismo e não podemos ser ambíguos face a regimes autoritários, sejam de direita ou de esquerda, e sejam eles europeus, latino-americanos ou asiáticos”, afirmou, por sua vez, Augusto Santos Silva.

O titular pela diplomacia portuguesa considera que os socialistas europeus não podem ficar associados à “ortodoxia neoliberal, quer dentro da União Europeia, quer fora da União Europeia”.

De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros, os socialistas europeus devem “procurar entender todos, mas xenófobos, populistas e correntes anti-imigração não são compatíveis com os valores sociais-democratas. E precisamos de dizer isso alto e claro: Não é legítimo que sociais-democratas possam ser ambíguos no combate contra a xenofobia, o populismo e os nacionalismos”, afirmou Santos Silva.

O governante salientou, igualmente, a necessidade e vantagens de haver uma melhor coordenação entre os socialistas europeus no seio das principais organizações internacionais multilaterais.

Os socialistas deveriam liderar o debate sobre temas como o combate às alterações climáticas, o desenvolvimento sustentável e as migrações, defendeu Santos Silva, afirmando que “temos de desenvolver novas parcerias económicas entre a União Europeia e continentes como África ou regiões como a América Latina”.

“Temos de ser os defensores do comércio justo, o que significa comércio livre e regulado de acordo com os mais elevados critérios ambientais, de segurança alimentar, de Estado social e contra abusos laborais”, acrescentou.