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CDS quer ser Governo com legado que empobreceu o país

CDS quer ser Governo com legado que empobreceu o país

É natural que qualquer partido político tenha a “ambição” de ser poder. O que já é menos natural, como deixou entender a Secretária-geral adjunta socialista, Ana Catarina Mendes, no final do Congresso do CDS, onde liderou a delegação convidada do PS, é querer ser Governo sem ter apresentado neste encontro “nenhuma medida concreta para resolver os problemas das populações”.

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Falando no final do 27º Congresso do CDS-PP, que este fim de semana teve lugar em Lamego, Ana Catarina Mendes, depois manifestar concordância com a “legitimidade” que qualquer partido político tem em reivindicar o direito e a “ambição de ser poder”, lembrou que ouviu, por parte dos congressistas, “muitas críticas e preocupações”, sem contudo, como salientou, ter escutado “propostas concretas” capazes de ajudar a resolver os problemas das populações, lembrando que o CDS e a sua líder, Assunção Cristas, integraram o Governo “que mais empobreceu o país e que maiores retrocessos sociais provocou”.

Segundo a dirigente socialista não é aceitável, tratando-se mesmo de um exercício de hipocrisia política, que a mesma Assunção Cristas que se dirigiu aos congressistas e ao país pedindo mais igualdade e respeito pelas pessoas, mais igualdade de género e prioridade nas políticas de demografia, território e na inovação, e que acusou o atual Governo, liderado pelo primeiro-ministro, António Costa, de “imobilismo”, “seja a mesma pessoa que fez parte do governo que mais empobreceu o país”, apelando Ana Catarina Mendes a que a líder centrista “não perca a memória”.

Para a Secretária-geral adjunta do PS, é no mínimo estranho “e verdadeiramente notável”, ter ouvido a líder do CDS manifestar a sua preocupação com o interior do país e sobretudo com a floresta, quando todos nos recordamos, como salientou, da “inação e do imobilismo” demonstrado pela ex-ministra Assunção Cristas, durante o seu mandato enquanto “responsável com a pasta das florestas”, defendendo que o caminho que o PS está a fazer tem trazido resultados positivos, para a economia e para o quotidiano das famílias.

A também deputada socialista não deixou, contudo, de recordar que o PS “sempre foi o partido do diálogo” pelo que mantém a sua “total disponibilidade” para discutir e conversar com todos sobre novas propostas e soluções políticas para o país, não estando, contudo, disposto, como salientou, a contribuir para que se volte a por em cima da mesa temas como “os cortes de 600 milhões de euros de pensões aos nossos pensionistas”, sublinhando que os parceiros do PS na atual solução governativa, BE, PCP e PEV, “são os que têm ajudado a conduzir o país a uma situação melhor”.

Diferenças ideológicas

Também o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, presente em representação do Governo, se referiu aos trabalhos do Congresso lembrando as diferenças ideológicas que existem entre o PS e o CDS, facto que segundo Pedro Nuno Santos “não fecha a porta ao consenso”, diálogo que não pressupõe, como também salientou, que o PS esteja aberto a que haja “uma minoria de vencedores, enquanto que a maioria da população fica a marcar passo”.

Ainda segundo Pedro Nuno Santos, o Governo de que faz parte está “pronto e disponível” para dialogar com todos os partidos “como sempre aconteceu e vai continuar a acontecer”, garantindo, contudo, não ter dúvidas de que vão continuar a haver “muitas matérias em que se verificam diferenças”, algumas delas de “difícil resolução”, desde logo, como acrescentou, porque “temos uma visão de sociedade diferente daquela que tem o CDS”.

Portugal está hoje muito melhor do que quando Assunção Cristas era ministra

Quanto às críticas lançadas por alguns congressistas ao Governo e “às esquerdas encostadas”, expressão que garantiu “não saber o que isso quer dizer”, Pedro Nuno Santos lembrou que com o Governo socialista a economia está a crescer “como nunca cresceu desde o início do século”, a par do investimento direto estrangeiro que “está igualmente a aumentar”, assinalando que Portugal e as famílias portuguesas, estão hoje “muito melhor” do que estavam no tempo em que Assunção Cristas era ministra.

Questionado sobre a tese defendida por muitos dos congressistas do CDS, que reivindicaram uma descida de impostos para as empresas, Pedro Nuno Santos lembrou que o Governo do PS preferiu começar por baixar os impostos “às famílias, aos trabalhadores e à classe média”, que tinham sido “fortemente atingidos pelo governo anterior da direita”.