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Carlos César lamenta “ambição infantil” do PSD em querer gerar crises no Governo

Carlos César lamenta “ambição infantil” do PSD em querer gerar crises no Governo

O presidente do Partido Socialista considerou hoje que a “história” da crise governamental entre o primeiro-ministro e o ministro das Finanças não passou de “uma ambição infantil do PSD”, garantindo que o “assunto está arrumado”, e classificou a proposta franco-alemã para a resposta europeia à pandemia como “um passo na direção certa”.

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Carlos César, que participava no programa semanal da rádio TSF ‘Almoços Grátis’, frisou que a “história da crise governamental é uma ambição infantil do PSD, mas que não tem materialização neste caso. Tudo continua como antes estava, até com o reforço da solidariedade e da confiança que foi manifestada” entre António Costa e Mário Centeno.

Para o presidente do PS, “houve um incidente interpretativo” sobre o Novo Banco e agora “o assunto foi esclarecido”. “De resto, todos voltaremos certamente a fazer um ponto de situação e a discutir o Novo Banco quando esta auditoria, que devia ter terminado em maio e estará terminada em julho, for conhecida e quando se colocar a necessidade de voltar a financiar, ou não, o Fundo de Resolução para essa instituição bancária”, disse.

Carlos César adiantou que, pelo que observou “de fora e de dentro do Governo”, o que sobrou deste incidente foi “um reforço da coesão entre os membros do Governo, uma renovação de confiança do primeiro-ministro no ministro das Finanças, o qual agora, como no próximo futuro, vai continuar a desempenhar as funções que terão sido consideradas por ambos aquando da constituição do atual Governo”.

Sobre uma possível ida de Mário Centeno para governador do Banco de Portugal, Carlos César não descortina “qualquer incompatibilidade ou desvantagem”, acrescentando que o ministro das Finanças “tem indiscutível competência e experiência para o desempenho desse cargo”.

Acordo franco-alemão pode ser um importante contributo para Portugal

Relativamente ao acordo entre França e a Alemanha sobre o lançamento de um fundo de recuperação que irá valer 500 mil milhões de euros, a fundo perdido, para ajudar os países da União Europeia a combater a recessão criada pela pandemia de Covid-19, o presidente do PS referiu que “é uma notícia melhor do que todas as notícias que até agora tínhamos ouvido em relação aos apoios europeus”.

Carlos César, que se mostrou “esperançado” com esta proposta, recordou que “há dois meses o primeiro-ministro, António Costa, subscreveu uma carta também assinada por cerca de oito líderes europeus, entre os quais Macron [Presidente francês], a propor uma emissão de dívida conjunta para fazer face à situação de crise generalizada resultante desta pandemia”.

“A proposta do eixo franco-alemão tem ‘ab initio’ uma grande vantagem, que é a coautoria da Alemanha, o que se significar a concordância posterior do Bundestag [Parlamento da República Federal da Alemanha] é meio caminho andado, apesar da recente decisão do Tribunal Constitucional alemão que colocava em causa o programa de compra de dívida pública do BCE e da posição dos quatro países que se mantêm um pouco renitentes”, explicou.

O volume dos 500 mil milhões de euros, “somado aos outros apoios já conhecidos, pode ser um importantíssimo contributo para Portugal, tanto mais que se refere a prioridade aos setores e regiões com maior necessidade ou fragilidades, que poderão assim receber novos apoios para despesas relacionadas com a pandemia e com a recuperação dos seus efeitos”, destacou o socialista.

Período de deconfinamento precisa de confiança

Carlos César voltou a dizer que Portugal ultrapassou “muito bem este período desde o aparecimento do vírus, aliás o próprio bastonário da Ordem dos Médicos ainda ontem o reconheceu fazendo até menção àquilo que lembrou como um ‘milagre português’”.

Nesta fase de desconfinamento, precisamos de “restaurar a confiança, depois de o Serviço Nacional de Saúde ter dado boas provas de desempenho”, sublinhou.

O presidente do Partido Socialista garantiu depois que não há qualquer “urgência ou prioridade” em debater as eleições presidenciais, que se realizarão em 2021. “Partilho mesmo a opinião dos que acham o tema como não prioritário nesta fase”, afirmou.

Carlos César revelou depois que interpretou as declarações do primeiro-ministro, quando António Costa afirmou que espera voltar com Marcelo Rebelo de Sousa à fábrica da Autoeuropa, em Palmela, após a sua reeleição, como “uma observação cortês e óbvia, e não um apelo ao debate presidencial”.

“A maior das atenções do PS agora é de reabrir com segurança a atividade económica e o funcionamento social e mobilizar o partido e os eleitores para as eleições regionais dos Açores, que se devem realizar no prazo legal previsto”, acrescentou o dirigente socialista.